Durante inspeção, Comissão de Saúde da CLDF constata caos no HRT

De acordo com os relatos, faltam profissionais e especialistas em praticamente todas as áreas

Falta de equipamentos e de profissionais em todas as áreas, superlotação, pessoas internadas em corredores à espera de macas, demoras no atendimento e na realização de exames. Foi assim que se encontrava uma das maiores unidades hospitalares do DF, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), pelo presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da CLDF, Gabriel Magno (PT).

O parlamentar realizou uma inspeção na unidade acompanhado de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) e do Conselho de Saúde do DF. Segundo ele, os problemas se agravam em razões de falta de acolhimento nas unidades gerenciadas pelo Instituto de Gestão de Saúde do DF (Iges). “As pessoas vão às UPAS, não conseguem atendimento e seguem para unidades como o HRT, o que acaba por tumultuar a unidade. As pessoas ficam rodando na rede sem serem atendidas”.

O pronto-socorro está cheio de pessoas e há pacientes aguardando nos corredores desde o dia 28 de junho. Há problemas de manutenção predial, como infiltrações e mofo, a cozinha está em obras que podem demorar até 50 dias para a conclusão, houve a reforma da oncologia, mas faltam equipamentos como videolaparoscópio, afastadores e até luvas de procedimentos.

Segundo o relato ainda, faltam macas para os pacientes da quimioterapia e há pacientes que não conseguem receber os tratamentos sentados em cadeiras. No pronto-socorro há 68 leitos, mas havia 80 pessoas sendo tratadas. No último sábado esse número chegou a ser de 132, segundo relatos dos profissionais de saúde.

Na pediatria, falta material pra punção venosa, que é procedimento de rotina. O material que ainda está sendo usado é de baixa qualidade, o que prejudica o trabalho dos servidores. Também há carência monitores para a verificação dos sinais das crianças, que estão internadas em berços antigos, o que as coloca em risco.

O ambulatório de oftalmologia está em boas condições, mas os consultórios estão vazios por falta de profissionais. Na nefrologia, há 30 máquinas de hemodiálise, mas metade está obsoleta e precisa ser substituída, algumas delas com mais de 14 anos de funcionamento. Além disso, sala de procedimentos não tem ar condicionado, nem ventilação.
“Lamentamos por encontrar mais uma vez um cenário de caos em mais esta unidade de saúde do DF”, afirmou o parlamentar que é signatário do requerimento de criação da CPI da Saúde na Câmara Legislativa.

O deputado afirmou que a comissão vai produzir um relatório detalhado sobre a inspeção e irá encaminhá-lo à Secretaria de Saúde, Conselho de Saúde, OAB-DF, Tribunal de Contas do DF e Ministério Público com a solicitação de providências.

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