Nos bastidores, inflado por Ibaneis Rocha, o fogo amigo no GDF, está descontrolado e as labaredas se espalham e a luz vermelha acendeu nos órgãos fiscalizadores chamuscando o próprio governo
Por Mino Pedrosa
O chamado “fogo amigo” no Cabaré do Distrito Federal, instigado pelo próprio governador Ibaneis Rocha, que, nos bastidores, promove candidatos à sua sucessão e observa o confronto entre eles e seus indicados oficiais, expõe o governador a riscos diante de uma vizinhança atenta.
O conselheiro do TCDF, André Clemente, anteriormente uma figura central no governo do Distrito Federal, chegou a desafiar o governador. Controlando os recursos do Palácio do Buriti, ele acabou relegado ao Tribunal de Contas, de onde começou a atacar nos bastidores seus adversários, com foco especial em seu sucessor, o Secretário de Economia Ney Ferraz.
Clemente, um opositor declarado de Ferraz, iniciou a compilação de um dossiê detalhado sobre a gestão de Ferraz à frente da Secretaria de Economia e seu histórico no Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do DF (INAS). Esse dossiê, entregue ao Ministério Público local, culminou na abertura de investigações e ações judiciais contra Ferraz, além de incluir outros associados próximos, como José Humberto, conhecido como Pezão; Ana Paula Cardoso da Silva, presidente do INAS e aliada política de Ferraz e do governador; e William Guimarães Santos de Carvalho, cunhado de Ferraz, advogado de destaque e parte do escritório de advocacia de Ibaneis Rocha.
A divulgação dessas acusações pelo MPDFT e GAECO fragiliza o governo de Ibaneis Rocha, que, apesar de alimentar disputas internas acreditando ter controle sobre elas, não antecipava que esses conflitos internos ganhassem a atenção do Ministério Público e do Tribunal de Justiça.
Ferraz, por sua vez, defendeu-se revelando, até então anonimamente ao MPDFT, casos de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo seu adversário político, além de apresentar evidências contra André Clemente. Isso intensificou o conflito entre as partes.
O dossiê detalha também a relação de Clemente com Thiago Cedraz, relacionando-os a acusações de lavagem de dinheiro, corrupção e uso indevido de recursos públicos, com provas encontradas em dispositivos apreendidos em operações que tiveram Ferraz como alvo, antecipando outras operações futuras.
O GAECO nomeou os dossiês contra Ferraz e contra André Clemente como “Ação entre Amigos” e “Lavanderia Ouro Fino Internacional”, respectivamente, refletindo a gravidade das acusações.
Investigações adicionais envolvem Beatriz Gautério de Lima, ex-presidente do Fundo de Saúde do Distrito Federal, indicada por Clemente, que intermediou um contrato de locação controverso, beneficiando financeiramente após deixar o governo para trabalhar com as empresas envolvidas no contrato. Para quem não sabe, o Fatos Online publicou recentemente a operação do MPDFT no caso da contratação do Edifício P.O 700 de propriedade do empresário Paulo Octávio.
As investigações não param e os rastros chegaram a aquisição de um Jeep Wrangler por André Clemente, seguindo a trilha financeira da compra e venda subsequente do veículo, que foi vendido por uma fração de seu valor, levantando suspeitas sobre as transações. Curiosamente a concessionária autorizada Jeep em Brasília também pertence a Paulo Octávio.
Do outro lado da rua, mais precisamente na Câmara Legislativa do DF (CLDF) o distrital Hermeto, mais conhecido como Batoré, correligionário e defensor de plantão do governador Ibaneis, tenta demonstrar poder exonerando pessoas que alimentam o inquérito das rachadinhas. Pelo visto, o chamado “fogo amigo” esta presente em todos os ambientes do Distrito Federal, mas falta Bombeiros para dar conta de tantas labaredas que consomem amizades nada republicanas e dinheiro, público, pelo visto.