Blecaute: Sem “Atividade” e nem “Pan”

Crise energética e financeira abala novamente o império midiático da família Tartuce

Por Mino Pedrosa

Embora possa parecer surpreendente, o 1º de abril, conhecido como Dia da Mentira, trouxe uma realidade incontestável à porta da família Tartuce, proprietária das rádios Atividade e Jovem Pan Brasília. Devido à negligência no pagamento das contas de energia por quatro meses consecutivos, a Neoenergia decidiu cortar o fornecimento elétrico, um recurso crucial para a operação de qualquer estação de rádio.

Essa família não é estranha às dívidas. Liderada pelo ex-deputado federal Wigberto Tartuce, apelidado de Vigão, acumulou uma vasta quantia em débitos com o governo devido a irregularidades no manuseio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), além de enfrentar sérias acusações de evasão fiscal ligadas ao ECAD. Como resultado, todos os bens da família foram bloqueados judicialmente.

No centro dessa turbulência está Flávia Tartuce, filha de Vigão, que tem sido assombrada pelo fantasma da falência das empresas familiares. A situação se agravou na semana de estreia do programa da Primeira Dama do Distrito Federal, Mayara Noronha, na Atividade FM. Para evitar embaraços com o governo local e matar a galinha dos ovos de ouro, a família Tartuce recorreu ao aluguel de um gerador a combustível. Por uma ironia do destino, o gerador parou de funcionar devido à falta de combustível logo após a transmissão do programa.

 

Este incidente simboliza a precária situação financeira da família, que parece estar à beira de perder suas concessões públicas em meio a processos judiciais em curso. No que diz respeito à gestão financeira, a máxima “farinha pouca, meu pirão primeiro” parece ser o mantra da família, refletindo uma abordagem individualista que só agrava a situação.

Toda essa rocambolesca história foi mantida em segredo para que a Primera Dama não tomasse conhecimento que o seu programa estava em risco. Afinal, ela fez a transmissão em um estúdio na mansão penhorada de Vigão, que fica a poucos metros de sua residência. Agora, resta a família comprar um posto de combustível ou pagar o que deve a Neoenergia, a Justiça, ao Ecade e a todos os funcionários que estão com salários e atrasados. Resta mesmo na realidade, é o pagamento da fatura de publicidade do GDF,  para pagar ao menos a luz.

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