Após cerca de 30 horas de trabalho para combater as chamas e realizar o resgate, que resultaram na recuperação dos corpos das 62 vítimas, a atenção agora se volta para o processo de identificação
Denilda Acordi, de 71 anos, é uma das 62 vítimas do trágico acidente aéreo que envolveu um avião da VoePass, antiga Passaredo. A aeronave caiu em uma área residencial em Vinhedo, São Paulo, na tarde de sexta-feira (9). Denilda estava a caminho de Brasília, onde faria uma conexão para visitar seu filho, netas e mãe. Ela estava a bordo do voo com destino a Guarulhos para uma conexão.
Inês Zanolla Pavanelli, irmã de Denilda, confirmou que a mãe delas, com 93 anos, ainda não tinha conhecimento do acidente. Ela reside em Cascavel, enquanto Denilda morava em Três Barras. Denilda, que era viúva, deixa um filho e seis netos.
Após cerca de 30 horas de trabalho para combater as chamas e realizar o resgate, que resultaram na recuperação dos corpos das 62 vítimas, a atenção agora se volta para o processo de identificação no Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo. O IML foi temporariamente fechado para focar exclusivamente na identificação das vítimas. Uma força-tarefa com mais de 40 profissionais, incluindo médicos, odontologistas, radiologistas e antropólogos, foi montada para liberar os corpos e permitir que as famílias se despeçam.
Até o início da noite de sábado, 10 de agosto, todos os corpos haviam sido resgatados, mas apenas o piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos, e o copiloto Humberto Campos Alencar e Silva, de 61 anos, haviam sido identificados. Já no domingo (11), mais 10 corpos foram identificados. Para acelerar a identificação dos demais, peritos coletaram informações dos familiares, como características corporais, fraturas, tatuagens e registros de raios-X dentários. Nos casos de corpos carbonizados, a identificação será realizada por meio de testes de DNA, e os familiares foram solicitados a fornecer material genético.
A maioria das vítimas era do Paraná, de onde a aeronave partiu, mas também havia passageiros de São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Entre as vítimas, estavam quatro brasileiros com dupla cidadania: três venezuelanos e uma portuguesa.
As famílias que chegaram a São Paulo para acompanhar os procedimentos de liberação dos corpos estão sendo acomodadas em um hotel no centro da cidade, onde recebem apoio psicológico e jurídico. Após isso, elas são direcionadas ao Instituto Oscar Freire, onde são realizadas as entrevistas para coletar características que auxiliem na identificação dos parentes.