Motta já contava com o apoio de partidos influentes como PP, PT, PL, MDB, Podemos e PCdoB, somando 318 deputados
Na corrida pela presidência da Câmara, o União Brasil decidiu, nesta quinta-feira (31), abrir mão de seu candidato, o deputado Elmar Nascimento (União-BA), e apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB), considerado favorito.
Segundo fontes do partido, a desistência de Elmar foi resultado de intensa pressão interna e de uma avaliação pragmática de que não há como enfrentar o arco de alianças em torno de Motta.
Motta já contava com o apoio de partidos influentes como PP, PT, PL, MDB, Podemos e PCdoB, somando 318 deputados — número suficiente para garantir sua eleição. Temendo ficar isolado e sem acesso aos espaços estratégicos na Casa, o União Brasil resolveu negociar para garantir presença na nova configuração de poder.
Integrantes da legenda iniciaram tratativas com Motta antes mesmo de a candidatura de Elmar ser oficialmente retirada, e passaram a madrugada de quarta-feira em uma mobilização para convencê-lo a desistir.
Apesar da decisão, Elmar Nascimento, ao final da reunião com a Executiva do partido, adotou um tom cauteloso e evitou confirmar publicamente a retirada de sua candidatura. Ele alegou que preferia conversar diretamente com Hugo Motta antes de declarar apoio oficial, reafirmando que sempre tratou a candidatura como uma iniciativa coletiva do partido, e não como um projeto pessoal. “A minha candidatura é do meu partido e dos partidos que me apoiaram, estou sujeito à avaliação deles”, disse.
Enquanto União Brasil deliberava, Motta buscava consolidar ainda mais apoios, encontrando-se com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, ambos membros influentes do União Brasil.
Após a reunião, Elmar indicou que ainda pretende discutir com outros líderes, incluindo o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o líder do PSD na Câmara, Antônio Britto, outro nome na disputa e com quem o União Brasil teria um acordo de apoio no segundo turno.