Tribunal do Júri ouve cinco testemunhas nesta sexta-feira; defesa e acusação seguem apresentando os argumentos sobre o caso, que envolve tortura e homicídio triplamente qualificado
Na manhã desta sexta-feira (29), teve início o quarto dia do Tribunal do Júri que julga três ex-policiais rodoviários federais acusados pela morte de Genivaldo de Jesus Santos, ocorrida em maio de 2022, em Umbaúba, no interior de Sergipe. O julgamento, que acontece no Fórum de Estância, segue com a previsão de ouvir cinco testemunhas ao longo do dia. Das cinco pessoas convocadas, três foram indicadas pelo Ministério Público Federal e pela acusação, enquanto duas foram listadas pela defesa de William Barros.
O terceiro dia de julgamento, realizado nesta quinta-feira (28), se estendeu até as 19h07 e contou com depoimentos de quatro testemunhas, incluindo a viúva e uma irmã de Genivaldo. Também prestaram depoimentos a médica que atendeu a vítima após a abordagem policial, além de uma testemunha ocular que estava no local no momento da imobilização de Genivaldo pelos agentes. Ao final das oitivas, foi exibido um vídeo com o depoimento do psiquiatra que acompanhava a saúde mental de Genivaldo desde 2004. O médico faleceu recentemente, e por isso, seu testemunho foi apresentado durante o julgamento.
O Tribunal do Júri decidirá sobre a culpabilidade de Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia, acusados de homicídio triplamente qualificado e tortura. Até o momento, dez testemunhas já prestaram depoimento, e ainda restam 25 depoimentos a serem ouvidos. Após a oitiva das testemunhas, será a vez dos réus serem interrogados. Em seguida, ocorrerão os debates, réplica, tréplica e, finalmente, a votação da sentença.
Relembre o caso
Genivaldo de Jesus Santos morreu após ser abordado por policiais rodoviários federais por pilotar uma moto sem capacete. A abordagem aconteceu em maio de 2022, na cidade de Umbaúba, Sergipe. Durante a ação policial, Genivaldo foi imobilizado e colocado no porta-malas de uma viatura, onde os agentes utilizaram gás lacrimogêneo. Imagens feitas por testemunhas mostram a vítima se debatendo, com as pernas para fora da viatura, enquanto os policiais forçavam a porta para mantê-la fechada.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe apontou que a causa da morte de Genivaldo foi asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. Segundo o relatório, a vítima não representava risco para os policiais, não estava armada, e não possuía antecedentes criminais. Genivaldo também fazia tratamento médico para esquizofrenia.