Em 30% das unidades básicas de saúde (UBSs), os serviços de atenção primária são realizados por apenas uma equipe
O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) revelou que as equipes de atenção primária à saúde estão aquém do recomendado em 22 das 33 regiões administrativas do DF. O relatório final da auditoria mostra que algumas áreas contam com apenas dois agentes comunitários de saúde para atender até 4 mil pessoas, apesar de que o Ministério da Saúde sugere que cada equipe de saúde da família deveria cuidar de uma população entre 2 mil e 3,5 mil habitantes.
A falta de uma reserva técnica de profissionais para substituição é outro problema destacado pelo TCDF. Em 30% das unidades básicas de saúde (UBSs), a operação é garantida por apenas uma equipe, o que prejudica a continuidade do atendimento quando um servidor está ausente.
Além disso, a auditoria apontou que o tempo de espera para exames pode chegar a cerca de quatro meses no DF. A pesquisa aplicada aos usuários das UBSs revelou que 76% dos pacientes adultos têm dificuldades para obter atendimento, e 72% dos pais e responsáveis enfrentam desafios para agendar consultas de revisão para crianças.
O relatório também revelou que aproximadamente 35% da população não está cadastrada nas equipes de saúde da família, o que coloca o Distrito Federal na quinta posição em termos de menor cobertura de saúde entre as Unidades da Federação.
Descaso é maior na Região Leste
A Região Leste (Paranoá, Itapoã, São Sebastião, Jardim Botânico e Jardins Mangueiral) foi identificada como a área com a menor oferta de serviços de saúde. Nessa região, 64% das UBSs não têm coleta laboratorial, 40% não oferecem atendimento odontológico e 44% não dispõem de sala de vacinação.
Para enfrentar as deficiências, o governo do Distrito Federal nomeou 423 médicos, 223 técnicos em enfermagem, enfermeiros e oito médicos do trabalho entre abril e junho de 2024, com o objetivo de fortalecer as unidades de saúde e melhorar a cobertura.