Tagliaferro e seus advogados alegam que Moraes, por ter um interesse direto no caso, não tem a imparcialidade necessária para liderar a investigação
Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pediu ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que o ministro Alexandre de Moraes seja afastado da relatoria do inquérito sobre o vazamento de mensagens trocadas entre seus assessores no TSE e na Corte. Tagliaferro argumenta que o envolvimento pessoal de Moraes no caso compromete sua imparcialidade.
O pedido surge após Tagliaferro ser convocado para depor pela Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações. As mensagens, que foram publicadas pela Folha de S.Paulo em 13 de agosto, indicam uma possível irregularidade na atuação do ministro.
Na última quarta-feira (21), Moraes iniciou um inquérito para investigar o vazamento das conversas. Tagliaferro e seus advogados alegam que Moraes, por ter um interesse direto no caso, não tem a imparcialidade necessária para liderar a investigação.
Tagliaferro, ex-auxiliar de Moraes, afirma que o ministro tomou decisões importantes sobre o caso antes da formalização e distribuição do inquérito, além de ter se autointitulado relator. Ele sustenta que o inquérito deveria ter sido encaminhado para autoridades competentes e distribuído conforme os critérios adequados.
No pedido apresentado nesta segunda-feira (26 de agosto), Tagliaferro argumenta que, apesar da competência jurídica de Moraes, seu envolvimento pode afetar a imparcialidade requerida. Ele solicita uma medida liminar para afastar Moraes do caso e pede também o arquivamento do inquérito e a exclusão do ministro de qualquer decisão futura. Tagliaferro enfatiza que, sem uma intervenção, há o risco de medidas cautelares irreversíveis serem adotadas.