A Fenasps acusa o governo de fazer uma “manobra” para enfraquecer o movimento, sem a devida negociação com sua base
O governo Lula (PT) chegou a anunciar e assinar um acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), porém, parte da categoria não reconheceu a legitimidade do termo assinado e diz que a mobilização continua.
Apesar de já durar um mês e meio, a greve não causou uma queda expressiva dos serviços prestados.
A Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) acusa o governo de fazer uma “manobra” para enfraquecer o movimento, sem a devida negociação com sua base.
Alguns filiados comparam a atitude do governo, com a recente greve dos professores federais, quando o governo assinou um primeiro acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes).
Mas, a greve nas universidades e institutos federais só foi encerrada um mês depois.
Entenda a greve
Desde 16 de julho, os servidores do INSS estão em greve, reivindicando melhores condições de trabalho e reconhecimento da carreira. A paralisação tem causado preocupação no governo, que recorreu à Justiça para evitar impactos na prestação dos serviços.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, no final de julho, que a greve não deve prejudicar os serviços essenciais, exigindo que cada agência do INSS mantenha pelo menos 85% das equipes em funcionamento. A desobediência a essa determinação pode acarretar uma multa diária de R$ 500 mil.
As entidades que representam os servidores do INSS, como a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) e o Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência (Sindisprev), afirmam que o governo tem limitado as negociações à questão salarial, sem abordar os temas centrais da paralisação.
Os grevistas afirmam que a principal motivação da greve é o reconhecimento da carreira do seguro social e da política previdenciária como partes essenciais do núcleo estratégico do Estado.