Secretária do governo Lula destina verbas a ONG presidida por ex-assessora

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

ONG Guerreiras Pela Vida obteve R$ 1,4 milhão dos ministérios da Cultura, Mulher e Direitos Humanos por meio de convênios

A ex-deputada federal Tereza Nelma (PSD) e atual secretária Nacional de Aquicultura destinou R$ 1,3 milhão em emendas parlamentares ao Instituto Guerreiras Pela Vida. A entidade é presidida pela ex-assessora  de Nelma na Câmara dos Deputados, Emanuelle Gomes. A dirigente da entidade trabalhou com a secretária por 10 anos e atualmente, além de presidente do instituto, ela ocupa um cargo no gabinete da vereadora de Maceió (AL) Teca Nelma (PT), filha mais nova de Tereza Nelma.

Os repasses foram feitos entre maio de 2023 e junho deste ano, com a finalidade de financiar projetos de artesanato, música e empreendedorismo para mulheres em situação de vulnerabilidade social, jovens e a comunidade LGBTQIA+.

A ONG Guerreiras Pela Vida, que até então não havia recebido recursos federais, obteve R$ 1,4 milhão dos ministérios da Cultura, Mulher e Direitos Humanos por meio de convênios. Deste montante, R$ 1,3 milhão foi proveniente das emendas de Tereza Nelma. O Instituto, anteriormente conhecido como Instituto Baobá, mudou de nome após Nelma não se reeleger em 2022. Além disso, cinco membros do conselho diretivo da ONG têm histórico de trabalho nos gabinetes de Tereza Nelma na Câmara dos Deputados, incluindo Adriana Vilela e Elisvania Nascimento. A apuração do jornal O Estado de São Paulo revelou ainda que ambas também já foram presidentes do instituto. Além disso, Adriana atuou no gabinete de Tereza Nelma entre abril de 2020 e janeiro de 2023, com salário de R$ 15,7 mil. Já Elisvania foi secretária da vereadora Teca Nelma entre maio e outubro de 2022, onde recebia um salário de R$ 3,5 mil por mês.

Sete dos 12 dirigentes atuais do instituto têm histórico de atuação no gabinete de Tereza Nelma ou de sua filha. Três deles também foram funcionários da Associação Pestolazzi de Maceió, organização presidida por Tereza Nelma durante uma década, que recebeu R$ 7,8 milhões em emendas parlamentares da deputada alagoana.

Especialistas e procuradores do Tribunal de Contas da União (TCU) têm debatido a situação à luz do princípio da impessoalidade na administração pública.

 

 

 

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