Patrocinado com recursos públicos do GDF, o programa Na “Mira da notícia” é apresentado por locutores polêmicos na rádio Atividade
Por Mino Pedrosa
A falência do patriarca da família Tartuce tem levado os herdeiros de Wigberto Ferreira Tartuce, conhecido por Vigão, dono das rádios Atividade e Jovem Pan Brasília, a praticar de forma simulada o famoso quadro “Topa Tudo por Dinheiro”, do programa de Silvio Santos no SBT.
Devendo mais de 200 milhões de reais por dívidas das empresas e após ser condenado por desvio de recursos no Distrito Federal do programa federal conhecido como FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), quando era Secretário de Trabalho durante a gestão do ex-governador Joaquim Roriz, no final de 1999.
Mesmo com as dívidas astronômicas, os herdeiros das rádios têm buscado recursos públicos para sobreviver às custas do dinheiro do cidadão. Recentemente, o diretor da Rádio Atividade Henrique Moronari negociou com o secretário de Comunicação do GDF, Weligton Moraes, a criação de um novo programa diário bancado pelos cofres do Palácio do Buriti maquiados em publicidade.
Além dos R$ 30 mil mensais para sustentar o programa “Na Mira da Notícia”, outros patrocínios foram buscados pelo secretário junto a estatais. O curioso, porém, é que os apresentadores são cobertos de polêmicas reconhecidas pelo próprio governador Ibaneis Rocha.
O “Na Mira da Notícia” é apresentado por duas polêmicas figuras, entre elas, Luciano Lima, braço-direito do senador Izalci Lucas e já denunciado por captar recursos ao parlamentar, sendo exonerado à época dos fatos do gabinete e agora, após a poeira abaixar, foi reintegrado ao quadro de funcionários públicos.
O outro apresentador é o delegado no DF e vereador da cidade de Água Fria (GO) Laércio de Carvalho Alves, que possui uma extensa ficha corrida. Laércio, que tem aparecido feliz no programa que foi ao ar ontem, já chegou a possuir um programa na Rádio Atividade, mas foi retirado após pedido do governador Ibaneis Rocha, quando o emedebista soube que o delegado conspirava contra o então diretor da Polícia Civil, Robson Cândido.
Algoz de muitos delegados, Laércio de Carvalho retorna aos corredores da rádio pelos braços corrosivos de Weligton Moraes, que ignora e volta a desrespeitar as ordens do chefe do Executivo local.
Em meio a todo o processo de busca por novos recursos públicos, a Rádio Atividade passa a ludibriar burlando a Justiça, com a concordância do secretário Weligton Moraes. Com um processo de perda de concessão por dívidas com o Cade, impostos, e ações trabalhistas, em andamento, os valores “oficiais” a serem recebidos pela Rádio Atividade acabam sendo pagos por meio da empresa Total Agência de Publicidade e Empreendimentos Ltda, de propriedade do filho primogênito de Wigberto Tartuce, que é chamado por Viguinho.