Caso avance, Erika será primeira pessoa trans a disputar o governo paulista; Ricardo Nunes também surge como possível candidato

A deputada federal Erika Hilton (PSOL) passou a ser considerada pelo partido e por aliados como uma possível candidata ao governo de São Paulo em 2026. A informação foi confirmada pela própria parlamentar e pela presidente do PSOL, Paula Coradi. Caso concorra, Erika será a primeira pessoa transgênero a disputar o comando do estado.

Dentro das articulações partidárias, Guilherme Boulos (PSOL), que concorreu à prefeitura da capital paulista no ano passado, é cogitado para uma candidatura ao Senado. Lideranças do partido destacam que as discussões ainda estão em estágio inicial, mas devem avançar nas próximas semanas.

Erika reconheceu a possibilidade de concorrer e afirmou que ainda há conversas a serem realizadas. Para a deputada, a sociedade está sendo preparada para avaliar as pessoas por suas competências e não por suas condições humanas. Já Coradi ressaltou que Erika ganhou visibilidade com o debate sobre a escala 6×1 e possui todas as credenciais para ser a candidata do PSOL ao governo paulista.

A possível candidatura da deputada ocorre em um cenário em que outros nomes da esquerda também são considerados para a disputa. Márcio França (PSB), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre Padilha (PT) já foram citados tanto para a corrida ao governo quanto para uma vaga no Senado. Segundo fontes do PT, o PSB teria prioridade na indicação de um nome ao governo, por ocupar a vice-presidência da República.

Apesar do PSOL tratar o tema como incipiente, Erika já tem sido mencionada por vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, onde iniciou sua trajetória política. Parlamentares como Fabio Riva (MDB) e Marcelo Messias (MDB) citaram a deputada em análises de cenário para a eleição de 2026. Boulos, por sua vez, preferiu não comentar o assunto.

Nunes entra na disputa

O nome do prefeito Ricardo Nunes (MDB) também passou a ser considerado na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes. Após ser reeleito em 2024, este será seu último mandato à frente da prefeitura. Até então, Nunes era visto como possível integrante de um eventual ministério de Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o governador concorra à presidência em 2026.

No entanto, o prefeito começou a ser avaliado como um potencial candidato ao governo estadual após encaminhar a aliados uma pesquisa da Paraná Pesquisas que indicava sua viabilidade na disputa. Nunes afirmou que está focado nos quatro anos de mandato, mas reconheceu que o resultado das pesquisas gerou entusiasmo entre seus apoiadores.

A decisão sobre sua candidatura dependerá do aval de Tarcísio, principal aliado na eleição municipal de 2024. O cenário em que Nunes disputaria o governo estadual só se concretizaria caso o governador deixasse o cargo para concorrer à presidência. Se isso ocorresse, Ricardo Mello, vice-prefeito e indicado por Jair Bolsonaro (PL), assumiria a prefeitura da capital.

A corrida pelo governo de São Paulo ainda se mostra indefinida. Entre os possíveis candidatos da direita, o atual secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, tem sido cogitado para a disputa, mas fontes indicam que ele estaria se movimentando para concorrer ao Senado. Já André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), surge como opção tanto para encabeçar uma chapa ao governo quanto para compor uma candidatura como vice de Tarcísio.