A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) alega que o objetivo do discurso foi informar a população sobre os resultados e as iniciativas do governo

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, anunciou neste domingo (28) que o partido tomará medidas judiciais contra o recente pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) veiculado em rede nacional de rádio e TV. Perillo criticou o discurso de Lula, acusando-o de utilizar a transmissão para promover uma agenda política e dividir o país, ao invés de fornecer informações relevantes sobre a administração pública.

De acordo com Perillo, o pronunciamento de Lula parecia mais uma campanha eleitoral do que uma prestação de contas oficial. “Quando o presidente usa a rede nacional de rádio e TV, deveríamos receber informações substanciais sobre o governo e não uma exposição política de candidatos”, declarou.

A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) respondeu, afirmando que o objetivo do discurso foi informar a população sobre os resultados e as iniciativas do governo. A Secom indicou que o governo analisará a ação judicial após a formalização do processo.

No pronunciamento, Lula reafirmou seu compromisso com a responsabilidade fiscal e destacou que aprendeu com sua mãe, Dona Lindu, a não gastar mais do que arrecada. “A responsabilidade fiscal é o que nos permite ajudar o Rio Grande do Sul com recursos federais”, afirmou o presidente.

Lula utilizou a oportunidade para revisar os primeiros 18 meses de seu governo, enfatizando conquistas como a aprovação da reforma tributária, que está atualmente em processo de regulamentação pelo Congresso. “A reforma tributária vai simplificar a economia e reduzir o custo dos alimentos e produtos essenciais, como a carne”, disse ele.

O presidente também comentou sobre o estado crítico em que encontrou o país e as medidas adotadas para a recuperação. Entre os avanços mencionados, Lula citou o aumento do salário mínimo acima da inflação, o controle da inflação, o retorno do programa Farmácia Popular e o Plano Safra, descrito por ele como o maior da história para apoiar a agricultura.

“Lançaram previsões pessimistas de crescimento do PIB de apenas 0,8%, mas alcançamos quase 3% no ano passado e continuaremos a avançar”, concluiu Lula.