Professora do DF é presa suspeita de ser líder de grupo criminoso

Professora aposentada cobrava taxas para fazer empréstimos por meio de fraude; em cinco anos, ela movimentou  R$ 32,8 milhões

Uma professora aposentada da rede pública de ensino do Distrito Federal foi presa na terça-feira (18), durante a operação Rainha do Gado, conduzida pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia). Ela é acusada de liderar uma associação criminosa que lucrava milhões com fraudes contra bancos públicos e privados, além de lavagem de dinheiro.

Apesar de receber um salário bruto de R$ 9,4 mil, Vanesia Maria Rodrigues de Araújo movimentou R$ 32,8 milhões nos últimos cinco anos. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) não divulgou a identidade da servidora. A professora aposentada é acusada de chefiar um grupo criminoso que incluía parentes próximos, como o marido Genival Araújo, dois filhos, o genro, a nora, e funcionários de bancos.

A operação, que envolveu 80 policiais civis, cumpriu um mandado de prisão e oito de busca e apreensão contra 10 membros da associação criminosa. A investigação, que durou um ano, revelou que o grupo realizava empréstimos fraudulentos em bancos, utilizando nomes de terceiros e cobrando uma porcentagem sobre o valor obtido.

As investigações mostraram que a família possui pelo menos 10 carros e imóveis em Brazlândia, além de uma fazenda em Esperantina (PI). A suspeita é que o grupo utilizava documentação fraudulenta para obter créditos, com a conivência de funcionários bancários. O dinheiro ilícito sustentava o elevado padrão de vida do grupo e era utilizado para adquirir empresas.

Um grupo de funcionários de instituições financeiras também estariam envolvidos. Eles teriam o papel de facilitar os empréstimos com juros abaixo do mercado por meio de concessões de financiamentos imobiliários. As denúncias recebidas pela PCDF indicaram que Vanesia e sua família levavam um estilo de vida incompatível com a realidade salarial de uma professora aposentada. O marido dela está desempregado e, juntos, sustentam uma família de cinco filhos.

Os investigadores notaram também que a maioria das movimentações financeiras, tanto de crédito quanto de débito, eram transferências entre servidores da Secretaria de Educação do DF, principalmente professores e agentes de serviços gerais. A investigação também apontou a suposta manipulação de contracheques de servidores do governo do Distrito Federal (GDF), para aumentar temporariamente a margem de crédito dos beneficiários do esquema.

A PCDF suspeita que um cúmplice com acesso ao sistema de pagamentos e contracheques do GDF alterava temporariamente o salário bruto dos beneficiários, aumentando sua margem de crédito e enganando os bancos na concessão de empréstimos ou financiamentos, gerando crédito acima da capacidade financeira dos servidores.

Com as buscas realizadas na terça-feira, a PCDF busca reunir mais evidências para confirmar as fraudes. Os envolvidos podem responder por crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro, a ordem tributária e a administração pública, com penas que podem chegar a 40 anos de prisão.

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