Joesley Batista afirmou, em delação premiada, ter pago R$ 3 milhões a pedido de Temer
A Justiça Eleitoral do Distrito Federal decidiu arquivar a investigação contra o ex-presidente Michel Temer, que era acusado de ter recebido R$ 3 milhões em propina dos empresários Joesley e Wesley Batista, da JBS. A decisão foi tomada após o promotor eleitoral Paulo Binicheski solicitar o arquivamento no início de junho, pedido que foi aceito pelo Judiciário. Com isso, o sigilo do processo foi retirado na segunda-feira (17).
A investigação sobre possíveis pagamentos indevidos a Michel Temer entre 2010 e 2016, sob o pretexto de doações eleitorais, teve início com a Polícia Federal. Fundamentada no acordo de leniência entre o Ministério Público Federal e a J&F Investimentos S.A., holding do Grupo JBS, a apuração findou na declaração de Joesley Batista, que afirmou ter pago R$ 3 milhões a pedido de Temer. A propina teria sido distribuída entre R$ 1 milhão oficialmente doado e R$ 2 milhões repassados por uma empresa de comunicação, utilizando notas fiscais.
Concluído e prescrito
A Polícia Federal, ao concluir o inquérito, recomendou o arquivamento da investigação, não encontrando indícios suficientes de autoria e materialidade dos crimes. O promotor Paulo Binicheski explicou que não foi possível estabelecer vínculos entre Michel Temer e os crimes eleitorais. O Ministério Público também destacou que, mesmo havendo indícios, o delito estaria prescrito devido à idade de Temer, acima de 70 anos. O documento do MP esclarece que os R$ 2 milhões pagos à empresa de comunicação foram por serviços a Júnior Friboi, irmão de Joesley Batista, sem relação direta com Temer, que tinha apenas um contrato de consultoria com a Fundação Ulysses Guimarães.
A assessoria de Michel Temer informou que o ex-presidente não comentará o assunto.