Ibaneis teve um prazo de 15 dias úteis para avaliar as alterações feitas pelos deputados distritais desde que recebeu a versão final do plano, que recebeu críticas de diversos setores
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), deve anunciar nesta segunda-feira (12), às 11h, os vetos e a sanção parcial do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub), um projeto que tem gerado muita controvérsia desde sua aprovação pela Câmara Legislativa (CLDF) em 19 de junho. O texto, que passou por intensos debates e recebeu críticas de diversos setores da sociedade, está agora em sua fase final de análise pelo Palácio do Buriti. A expectativa é que o texto sofra mais de 60 vetos.
Ibaneis teve um prazo de 15 dias úteis para avaliar as alterações feitas pelos deputados distritais desde que recebeu a versão final do plano. Entre os pontos mais polêmicos estão a autorização para construção de motéis nas avenidas W3 Sul e Norte, a criação de condomínios nas margens do Lago Paranoá e o aumento do número de andares permitidos em hotéis nas áreas hoteleiras Sul e Norte.
Durante um almoço-debate promovido pelo Lide Brasília na última quinta-feira (8), Ibaneis indicou que provavelmente vetará a emenda que permite a elevação dos gabaritos no centro de Brasília, embora a decisão final dependa de uma avaliação técnica do governo. Além disso, outros pontos polêmicos também estão sendo revisados.
A decisão do governador sobre os vetos foi recebida com alívio por aqueles que defendem a preservação das características originais de Brasília. Paulo Octávio, empresário e ex-senador, considerou a posição de Ibaneis “extremamente sensata” e destacou a importância de manter o Plano Piloto alinhado ao projeto original de Lúcio Costa.
A proposta de aumentar os gabaritos, que permitiria construções de até 12 andares em áreas atualmente limitadas a prédios de três andares, gerou controvérsia desde sua aprovação na CLDF. Os críticos argumentam que essa mudança pode comprometer os princípios arquitetônicos e urbanísticos que definem Brasília, além de impactar negativamente a qualidade de vida dos moradores, com possíveis aumentos no tráfego e sobrecarga na infraestrutura.
Outros pontos do PPCub que geraram debate incluem a permissão para construções no setor Oeste do Eixo Monumental e a exploração econômica de áreas verdes, especialmente próximas ao Lago Paranoá. Urbanistas, arquitetos e ambientalistas manifestaram preocupações com a velocidade na aprovação do plano e a falta de um debate mais amplo com a sociedade.
Integrantes da oposição já afirmaram que, caso o texto seja sancionado sem mudanças significativas, planejam contestar judicialmente o PPCub, alegando que ele pode representar um risco ao tombamento de Brasília, que é reconhecida como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).