Lotado na Seape desde 2015, Elismar recebe um salário bruto superior a R$ 10 mil
Na quarta-feira (10/7), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu Elismar Pereira de Sousa, um policial penal acusado de integrar a facção criminosa Comboio do Cão (CDC). Segundo a investigação, Elismar facilitava a entrada de celulares no Complexo Penitenciário da Papuda e planejava a fuga de presos do Centro de Detenção Provisória (CDP).
A Operação Rottura, conduzida pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO/DECOR), cumpriu dois mandados de busca e apreensão: um na residência de Elismar, em Planaltina de Goiás, e outro em uma casa no Riacho Fundo II, relacionada a transações financeiras entre os presos e o suspeito.
Propina
A investigação teve início após a apreensão de um celular dentro do sistema prisional pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seape). Com o apoio da diretoria da Seape, a PCDF identificou Elismar como o facilitador da entrada de celulares e organizador de fugas, mediante pagamento de propina. Segundo as investigações, Elismar cobrava R$ 20 mil por celular introduzido e R$ 150 mil por preso para facilitar a fuga.
Durante as buscas, foram apreendidos documentos, dispositivos eletrônicos e anotações financeiras que servirão como prova para a continuidade das investigações. Entre os itens apreendidos, destacam-se bilhetes com informações detalhadas sobre transações financeiras e negociações ilícitas, ligando Elismar à facção criminosa Comboio do Cão.
A PCDF informou que Elismar poderá responder por corrupção passiva, introdução de aparelho telefônico em estabelecimento prisional sem autorização, prevaricação, promoção ou facilitação de fuga de preso e integração em organização criminosa. A polícia investiga há quanto tempo Elismar mantém vínculo com a facção criminosa. Lotado na Seape desde 2015, Elismar recebe um salário bruto superior a R$ 10 mil.
A operação contou com o apoio do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (Nupri/MPDFT). A Operação Rottura reforça o compromisso da PCDF e da Polícia Penal do Distrito Federal em manter a ordem e a segurança no sistema prisional, combatendo a corrupção e as atividades ilícitas de forma incisiva.