Nilbert possui uma longa ficha criminal, que inclui o assassinato do próprio pai em 2014; somados todos os crimes, a pena do golpista pode chegar a 21 anos e 6 meses
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu Nilbert Meira de Oliveira, de 35 anos, nesta terça-feira (23). Nilbert possui uma longa ficha criminal, que inclui o assassinato do próprio pai em 2014 para obter o dinheiro do seguro de vida do familiar. Ele também é suspeito de cometer diversos crimes de estelionato, em que a maioria das vítimas são mulheres e, devido a isso, o esquema de Nilbert foi apelidado de “pirâmide do amor”.
O homicídio do pai, o fotógrafo Albertino de Oliveira Marques, ocorreu há 10 anos em Pernambuco. A investigação que culminou na prisão de Nilbert foi conduzida pela 5ª Delegacia de Polícia (DP) na área central de Brasília, e teve início após várias pessoas registrarem denúncias, a maioria mulheres. Elas relataram que Nilbert prometia 10% de lucro ao mês para o dinheiro investido. No entanto, os lucros apresentados por Nilbert eram alcançados a partir do prejuízo de outras pessoas. De acordo com as investigações, uma das vítimas chegou a investir R$ 60 mil. Quando as mulheres ameaçavam denunciá-lo, o homem as ameaçava.
Nilbert costumava se apresentar como Clodomir Junior, utilizando uma identidade falsa, para enganar as vítimas. Ele se passava por um empresário influente e investidor, exibindo riqueza em festas, bares e eventos na capital.
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As equipes da 5ª Delegacia de Polícia seguiram Nilbert na tarde de segunda-feira (22) até o Setor Militar Urbano. Quando o suspeito percebeu a aproximação dos policiais, ele tentou despistar a equipe, chegou a quase atropelar um dos agentes, mas parou na quadra 706 Norte, após o pneu do carro em que estava furar. Uma mulher estava com o investigado no momento da prisão, mas ela foi liberada e seguiu para o trabalho. Nilbert foi encontrado com várias identidades falsas e celulares. O material foi apreendido.
De acordo com a PCDF, Nilbert utilizava documentos falsificados para obter vantagens econômicas ilícitas e frequentemente mudava de residência para escapar da polícia. A investigação revelou que ele se associou a outras pessoas para cometer crimes financeiros e lavar dinheiro. Um mandado de busca também foi cumprido no último endereço conhecido de Nilbert.
Além dos crimes de estelionato qualificado e associação criminosa, a investigação atual aponta que Nilbert praticava ameaças e violência patrimonial, utilizando relações afetivas para obter vantagens econômicas. Os agentes também apuram crimes de lavagem de dinheiro, pois ele teria ocultado e dissimulado valores ilegais. A soma das penas máximas para todos os crimes mencionados chega a 21 anos e 6 meses de reclusão.
Em 2022, uma pessoa relatou que Nilbert, seu ex-namorado, a perseguiu usando identidade falsa. No ano passado, outras vítimas descreveram como foram convencidas por Nilbert a investir dinheiro e fazer empréstimos que nunca foram retornados conforme prometido. Uma dessas vítimas afirmou que o suspeito a ameaçou pessoalmente e por meio de mensagens após uma transação comercial malsucedida, chegando a ameaçar sua família.