O caso é mais um capítulo no crescente número de escândalos que envolvem a destinação e o uso de emendas parlamentares

A Polícia Federal (PF) realizou nesta quinta-feira (12) uma operação para investigar supostos desvios de recursos envolvendo o governador do Pará, Helder Barbalho, e sua mãe, a deputada federal Elcione Barbalho, ambos do MDB.

A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mira emendas parlamentares que teriam sido destinadas de forma irregular à administração estadual comandada por Helder.

Desde as primeiras horas da manhã, agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em Belém, em locais associados à família Barbalho.

Uma aeronave da PF foi deslocada especialmente para a capital paraense, reforçando a gravidade das suspeitas que incluem crimes de peculato, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Em nota, o governo do Pará negou qualquer relação da operação com os órgãos estaduais ou com o governador. Já a deputada Elcione Barbalho, citada na investigação, não se manifestou até o momento.

O caso é mais um capítulo no crescente número de escândalos que envolvem a destinação e o uso de emendas parlamentares, frequentemente apontadas como brechas para corrupção e má gestão.

Nesta semana, outra operação da PF, realizada na Bahia, investigou desvios similares em recursos direcionados ao Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs).

Essas operações reforçam uma realidade alarmante: as emendas parlamentares, concebidas para atender demandas locais e regionais, tornaram-se, em muitos casos, instrumentos de desvio e enriquecimento ilícito.

O caso Barbalho ilustra não apenas um possível esquema familiar, mas também um sistema político onde a fiscalização e a transparência seguem como exceções, e não como regra.