Juros futuros atingem novas máximas; mercado se descola de tendência externa e ignora sinais de política monetária mais rígida
Nesta sexta-feira (29), os ativos brasileiros seguem pressionados por um cenário fiscal que continua alimentando o pessimismo dos investidores. O dólar disparou, chegando a R$ 6,05, enquanto os juros futuros alcançam novas máximas. O mercado parece indiferente a notícias positivas, como os comentários do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que reiterou a meta de combate à inflação e sinalizou a continuidade do aperto da Selic. Além disso, o superávit do setor público, próximo das expectativas, não foi suficiente para reverter o movimento.
Os mercados brasileiros também estão destoando do comportamento observado no exterior, onde os rendimentos dos Treasuries recuaram e o dólar perdeu força frente à maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities. Esse descolamento reflete a persistente desconfiança com a situação fiscal interna, que segue influenciando as decisões dos investidores.
Às 9h22, a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 registrava 13,980%, acima dos 13,841% do ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2027 subia para 14,105%, enquanto a taxa de janeiro de 2029 atingia 13,920%, também em alta em relação ao fechamento anterior. O cenário continua desafiador para o mercado financeiro brasileiro, com o foco permanecendo na evolução fiscal do país.