Perícia divulga tudo que se sabe sobre tragédia que vitimou família em Valparaíso

Perícia descartou a hipótese de que vítimas tenham pulado do apartamento; impermeabilizante pode ter catalisado as chamas

A trágica morte de Graciane Rosa de Oliveira, 35 anos, de seu marido Luiz Evaldo, 28, e do recém-nascido Léo, ocorreu na última terça-feira (27) e segue sob investigação. Até agora, existem duas principais suspeitas: um possível vazamento do encanamento de gás de cozinha e o uso do material impermeabilizante no sofá da família, que estava em manutenção quando o incêndio começou. Os fatores, comuns em muitas residências, podem expor as famílias a tragédias como a de Valparaíso, Goiás.

O sepultamento das vítimas está marcado para hoje. No momento do acidente, estavam no apartamento cinco pessoas. Duas conseguiram escapar com vida e estão internadas em estado grave.

Riscos do impermeabilizante

Especialistas alertam para os perigos associados ao uso de impermeabilizantes em sofás, que podem incluir erros na aplicação ou compostos químicos perigosos. Serviços de impermeabilização, como o contratado por Graciane e Luiz, são bastante procurados. Na manhã de terça-feira, por volta das 9h40, o casal recebeu Renan Lima Vieira, aplicador do produto, que entrou no apartamento da família, no sétimo andar, com os produtos em mãos.

O síndico do residencial Parque das Árvores, Anderson Rodrigues, revelou em coletiva de imprensa que, minutos após a chegada de Renan, houve uma explosão. Em seguida, as chamas se espalharam rapidamente pelo imóvel. Além de Graciane, Luiz e o bebê, estavam presentes no apartamento a mãe de Graciane, Maria das Graças, e Renan. A senhora e o funcionário conseguiram escapar e estão internados no Centro de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em estado grave.

O apartamento, de três quartos e com cozinha integrada à sala, foi o ponto de origem do incêndio, conforme confirmado pelos peritos da Polícia Técnica Científica de Goiás. O fogo começou na cozinha e se espalhou rapidamente pelos outros cômodos.

Hipóteses sobre a queda

Inicialmente, circulou a hipótese de que o casal havia pulado do apartamento com o filho e o cachorro, mas a teoria foi descartada. A posição dos corpos sugere uma queda acidental. De acordo com a Polícia Técnica Científica de Goiás, a proximidade das vítimas com a janela indica uma possível queda acidental.

O síndico forneceu informações adicionais: o bebê estava no colo da mãe e escorregou. Ao tentar resgatá-lo, a mãe se apoiou, e Luiz a agarrou para ajudar, o que pode ter resultado na queda do sétimo andar. Contudo, a confirmação da hipótese dependerá de laudos periciais, que levarão pelo menos 10 dias para serem concluídos.

A causa do incêndio ainda está sob investigação. Embora os bombeiros tenham encontrado fissuras no encanamento de gás, os peritos acreditam, preliminarmente, que não houve vazamento. Isso porque não há marcas nas paredes de que o vazamento realmente ocorreu.

Medidas de Segurança

A polícia começará a ouvir testemunhas e a analisar as imagens das câmeras de segurança para entender melhor a dinâmica do acidente. “Estamos coletando depoimentos, mas ainda é cedo para conclusões”, disse o delegado Van Kuyk, da 1ª Delegacia de Valparaíso.

Se for confirmado que o incêndio foi causado pela aplicação do impermeabilizante e que houve uso inadequado da substância, a investigação poderá seguir outro rumo. “Se for comprovada imprudência e desrespeito às normas técnicas, o responsável poderá ser acusado de homicídio culposo”, destacou o delegado.

Após o incidente e as suspeitas levantadas sobre o impermeabilizante, o síndico do residencial decidiu proibir a impermeabilização de sofás nos apartamentos.

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