PCDF age para combater setor de recrutamento do PCC no Distrito Federal

Foram expedidos 90 mandados judiciais, sendo 47 de prisão temporária e 43 de busca e apreensão; desde 2014, a PCDF tem combatido a instalação do PCC em Brasília, com o objetivo de impedir a expansão das células criminosas

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nas primeiras horas desta sexta-feira (30), uma megaoperação com o objetivo de desestruturar um dos setores mais importantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Na terceira fase da Operação Saturação, conduzida pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor), foram alvos membros responsáveis pela “Disciplina”, setor encarregado do recrutamento e batismo de novos integrantes.

Foram expedidos 90 mandados judiciais, sendo 47 de prisão temporária e 43 de busca e apreensão. As buscas ocorreram em celas de quase todas as unidades prisionais do Complexo Penitenciário da Papuda, com a participação de 342 policiais, entre delegados, agentes de polícia e policiais penais.

Os mandados judiciais foram cumpridos em diversas unidades prisionais, como o Centro de Detenção Provisória (CDP), os Presídios do Distrito Federal I, II e IV (PDF I, II e IV), o Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e o Presídio Feminino (PFDF), onde os agentes buscaram colher informações. A operação também se estendeu a residências de membros da facção em regiões do Distrito Federal, incluindo Planaltina, Riacho Fundo II, São Sebastião, Guará, Sobradinho I e II, Recanto das Emas, Ceilândia, Itapoã e Cidade Estrutural, além de cidades do entorno, como Águas Lindas, Novo Gama e Luziânia, e até Mogi das Cruzes, em São Paulo.

De acordo com as investigações, o PCC, há tempos, busca dominar territórios no Distrito Federal e os pavilhões prisionais da Papuda. No entanto, as operações das forças de segurança do DF e o trabalho de inteligência têm trabalhado para evitar que as células da organização cresçam. Recentemente, a facção intensificou uma onda de batismos para ampliar a base de seguidores, tanto dentro quanto fora dos presídios, com o intuito de expandir sua influência e eliminar rivais. Os “disciplinas”, que lideram a estratégia, são peças-chave na coesão da estrutura do PCC.

As investigações revelaram que os membros da facção estavam envolvidos em atividades criminosas, como tráfico de drogas, crimes patrimoniais e violentos, além de atuar no recrutamento de novos integrantes para fortalecer e expandir as operações na capital federal.

Desde 2014, a PCDF tem combatido a instalação do PCC em Brasília, com o objetivo de impedir a expansão das células criminosas. Segundo um dos investigadores, “as ações investigativas buscam desarticular as atividades ilícitas e neutralizar os membros que ocupam posições-chave, com a intenção de desmantelar completamente as estruturas da organização na região”.

A operação contou com o apoio do Núcleo de Fiscalização do Sistema Penitenciário do Ministério Público do Distrito Federal (Nupri/MPDFT), da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) e de outras unidades da Polícia Civil, vinculadas ao Departamento de Atividades Especiais (Depate) e ao Departamento de Polícia Especializada (DPE).

Os investigados poderão ser processados conforme a Lei 12.850/2013, que trata da promoção, constituição, financiamento ou integração em organização criminosa, com penas que podem ultrapassar 13 anos de reclusão.

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