Desde que o senador deixou o comando do Senado, Lula e seus articuladores vinham tentando convencê-lo a ingressar no ministério
O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) almoçou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último sábado, no Palácio da Alvorada, e foi direto ao ponto: não quer ser ministro do governo. Em vez de assumir uma pasta na gestão petista, o ex-presidente do Senado optou por continuar na cadeira legislativa, onde pode garantir mais influência e, claro, pavimentar sua possível candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026.
Lula, que já demonstrou publicamente interesse em tê-lo como candidato ao Palácio da Liberdade, ouviu do senador que a decisão de disputar o cargo estadual ainda não está fechada, mas que essa possibilidade segue em aberto.
O fato de Pacheco ter descartado de imediato o convite para compor o governo revela sua preocupação em manter autonomia e evitar desgastes políticos, além de evitar um constrangimento direto ao recusar uma oferta do presidente.
A reunião contou ainda com a presença de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), outro cacique do Congresso que já demonstrou seu talento para negociar espaços de poder.
Negativa de Pacheco
A recusa de Pacheco escancara a dificuldade do governo em atrair aliados de peso para dentro da Esplanada, especialmente figuras com grande influência no Legislativo.
Desde que o senador deixou o comando do Senado, Lula e seus articuladores vinham tentando convencê-lo a ingressar no ministério, apostando que sua experiência e trânsito político poderiam fortalecer a base do governo no Congresso.
No entanto, a movimentação não decolou. Nem mesmo a promessa de um cargo de peso foi suficiente para seduzi-lo.
Entre as possibilidades cogitadas, estava a ida de Pacheco para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), atualmente ocupado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). A troca criaria um embaraço político, já que removeria Alckmin de um ministério para o qual ele se dedica e o deixaria sem função clara dentro do governo.
Além disso, a mudança reduziria ainda mais o espaço do PSB, partido do vice-presidente, que já perdeu o Ministério de Portos e Aeroportos na última reforma ministerial.