OSCs na mira do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR) da PCDF
Por Mino Pedrosa
O homem que usa uma mascara para se esconder e abocanhar milhões dos cofres públicos, Godofredo Gonçalves Filho, tem cara e dono. Nas últimas eleições, a candidata a uma cadeira ao Senado Federal pelo Partido Liberal, Flávia Arruda, convocou o presidente de Organizações da Sociedade Civil (OSC) Godofredo para ficar na suplência da chapa.
O ex-governador, José Roberto Arruda, fez as tratativas exigindo do mascarado o financiamento da campanha, eis que surge o milionário capixaba, Luiz Osvaldo Pastore para esquentar os recursos que estavam transbordando na clandestinidade. Já na véspera da eleição, Flávia pede a Godofredo que banque R$ 1 milhão em espécie para abastecer as bocas de urna.
O convescote aconteceu na sede do PL em Brasília, entre os presentes se destacavam José Luis Naves (que se encontra sob a batuta do senador Izalci Lucas, recém chegado ao PL) e Godofredo e mais dois emissários anônimos que estavam encarregados de buscar o dinheiro com o doleiro Fayed Traboulsi , reconhecidamente o maior doleiro do Distrito Federal. Fayed entregou a dinheirama aos emissários após o recebimento de transferência bancária feita por Godofredo. Os emissários entregaram a encomenda no escritório de Godofredo no Estádio Nacional Mané Garricha mais ainda tiveram de fazer a contagem, nota por nota e levaram R$ 50 mil reais pela operação feita.
Com trânsito livre no PL, Godofredo vem cuidando também do grande amigo, Cristiano Araújo, que tentava à época voltar à CLDF. Hoje, Araújo é dono da pasta de Turismo onde as OSCs comandada por Godofredo atuam fortemente, assim como em outras secretárias do GDF que tem fortes laços com o Partido Liberal.
Cristiano Araújo usa as OSCs como forma de toma lá, dá cá, a exemplo o aniversário de Brasília, onde se deu por meio de um edital que tramitou na Secretaria de Cultura e Economia Criativa no valor de R$ 5 milhões, com a contratação de organização da sociedade civil (OSC) para a execução da festividade, em parceria com a Secretaria de Turismo.
Nesta semana veio a tona a rede milionária que Godofredo comanda dentro do Governo do Distrito Federal (GDF). Para se ter uma ideia, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda do Distrito Federal (Sedest-DF) comandada pelo secretário, Thales Mendes, vem trocando o modelo de licitação pelas facilidades de se usar uma OSC. A Sedest-DF transferiu um total de R$ 138,2 milhões para a empresa Praxis Pesquisa, Desenvolvimento e Educação, destinada à realização de cursos profissionalizantes com valores superiores aos praticados no mercado. A Praxis é a responsável pelo programa Qualifica-DF, que oferece cursos.
As empresas vinculadas a Godofredo receberam um total de R$ 164 milhões da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, da Secretaria de Esporte e Lazer, e da Secretaria da Mulher do Distrito Federal entre 2021 e 2024, conforme informações do Portal da Transparência do DF.
O mascarado não para, e suas pegadas e negócios nas secretarias afloram a cada dia, deixando rastro para o Ministério Publico do Distrito Federal (MPDFT) e para o Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR) da PCDF. Não precisa ser Sherlock Holmes, basta seguir o dinheiro.