No Senado, Damares Alves assume Comissão de Direitos Humanos

A distribuição das presidências das comissões no Senado para o ano legislativo de 2025 mostra a movimentação calculada dos partidos de oposição

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) assumiu, nesta quarta-feira (19), a presidência da Comissão de Direitos Humanos do Senado. A escolha reforça a guinada conservadora da comissão, agora sob o comando de uma parlamentar conhecida por seu discurso ideológico e pautas alinhadas à direita religiosa.

O mandato de Damares será de dois anos, e sua vice será a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP).

Em seu discurso de posse, Damares prometeu dar prioridade à defesa das pessoas com deficiência e declarou que sua atuação será pautada na “universalidade dos direitos humanos”, sem qualquer “relativização” – um recado direcionado àqueles que, segundo sua visão, deturpariam a pauta para favorecer determinados grupos.

A senadora também fez questão de reafirmar seu compromisso com a democracia, apesar do histórico de aliados políticos envolvidos em tentativas de descredibilização do sistema eleitoral brasileiro.

Jogo político da oposição

A distribuição das presidências das comissões no Senado para o ano legislativo de 2025 revela uma movimentação calculada dos partidos de oposição, especialmente do PL e do Republicanos, que escolheram espaços estratégicos para impulsionar suas agendas políticas de olho nas eleições de 2026.

O PL, maior partido da Casa, garantiu o controle da Comissão de Infraestrutura, entregue ao senador Marcos Rogério (PL-RO), e da Comissão de Segurança Pública, uma área sensível para o governo Lula.

A escolha não é aleatória: a segurança pública tem sido explorada como bandeira eleitoral pela direita, que busca desgastar a imagem do governo com discursos sobre impunidade e aumento da criminalidade.

Já a Comissão de Direitos Humanos, tradicionalmente associada à defesa das minorias e de pautas progressistas, agora passa a ser liderada por uma figura que, durante seu período como ministra do governo Bolsonaro, minimizou pautas históricas da área, como os direitos da população LGBTQIA+ e a defesa dos povos indígenas.

Com a oposição ocupando espaços estratégicos no Senado, fica claro que a movimentação não se trata apenas de governabilidade, mas de uma preparação para as disputas políticas futuras.

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