Golpista contatava corretores verdadeiros para que apresentassem imóveis às vítimas, o que dava aspecto de credibilidade ao golpe
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga uma mulher suspeita de organizar golpes contra redes hoteleiras e turistas de vários estados do Brasil. O grupo criminoso agia desde 2019 e causou prejuízos significativos. A Operação Checkout, realizada pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) há cerca de um ano, cumpriu mandados de busca e apreensão nas primeiras horas desta sexta-feira (26).
De acordo com as investigações, a articuladora do esquema criminoso foi identificada como Regiany da Conceição Pimentel dos Santos, de 48 anos. Durante a operação, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Belém e Abaetetuba, no Pará, com o apoio da Polícia Civil do Pará (PCPA).
Os investigadores procuram dispositivos eletrônicos, documentos falsos e outros materiais que possam comprovar os crimes e fornecer provas adicionais. O golpe envolvia a criação de anúncios falsos em sites, imitando anúncios legítimos e oferecendo preços muito abaixo do valor real. As vítimas, atraídas pela oferta, entravam em contato com Regiany, que se apresentava como corretora.
Em alguns casos, a golpista contatava corretores verdadeiros para que apresentassem imóveis às vítimas, aumentando a credibilidade do golpe. As vítimas pagavam para contas indicadas por Regiany, mas ao chegarem aos hotéis, descobriam que as reservas não existiam.
Regiany contatava os hotéis e solicitava reservas, pedindo a emissão de vouchers. O hotel emitia os documentos com o valor real e pendente de pagamento. A criminosa então falsificava os boletos, ajustando os valores conforme o combinado com as vítimas e removendo indicações de pendência.
Regiany será indiciada por falsidade documental e por mais de dez crimes de estelionato cometido por fraude eletrônica, em concurso material, o que pode resultar em uma condenação superior a 80 anos de reclusão. Além de Regiany, uma mulher de 23 anos e um homem de 30 também serão indiciados por estelionato. Se comprovado o vínculo entre eles, poderão ser indiciados por associação criminosa. Os materiais apreendidos passarão por análise detalhada, e as investigações continuam em andamento.