A polêmica peças publicitária divulgada a mando do secretário Welington Morais, que aos olhos do MPDFT são
preconceituosas
Por Mino Pedrosa
A polêmica campanha que alerta para as queimadas no Cerrado de Brasília, ganhou destaque nas queixas oferecidas ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Interpretadas pelo próprio MPDFT como campanha preconceituosa, a publicidade causou ruídos no objetivo que é levar a conscientização do risco de destruição do meio ambiente.
Centralizador, o secretário de Comunicação, Welington Luiz Moraes, vulgo Baiano, tem sob sua batuta a publicidade de todos os órgãos vinculados ao Governo do Distrito Federal, com exceção do Banco de Brasília, que lutou e licitou para ter uma agência própria.
Baiano, como é conhecido, tem três agências de publicidade licitadas sob seu comando e decidiu escolher a campanha que dissemina “preconceito racial”, como especificou o MPDFT, dentre as três propostas apresentadas a ele como opção de publicidade.
Diante da necessidade de informar sobre os riscos de agressão ao meio ambiente do Cerrado e por não possuir uma agência própria, já que Welington Luiz Moraes impede a independência dos órgãos vinculados ao Palácio do Buriti, a Secretaria do Meio Ambiente se submeteu a uma campanha que fugiu do objetivo de informar e causou uma grande dor de cabeça jurídica.
A peça publicitária retrata etnias com destaque para os cabelos em chamas, remetendo a uma queima no Cerrado. O criador da publicidade, a agência Babel, escolhida a dedo por Baiano, está sendo apontada como disseminadora do preconceito contra a comunidade negra por buscar semelhança entre um cabelo afro com uma árvore em chamas, fundindo a imagem.
Segundo o CEO responsável pela agência em Brasília, Leonardo Teshima, a Babel atendeu a um pedido do cliente (GDF) e suspendeu a campanha após a má repercussão da publicidade, após causar danos irreparáveis ao intuito publicitário.
Baiano, Secretário de Comunicação e responsável pela escolha da peça publicitária, é um jornalista reconhecido no meio publicitário pelas artimanhas praticadas nas licitações, onde tenta beneficiar agências “amigas”.
O governador Ibaneis Rocha, estava em viagem à Grécia, quando foi deflagrada a “bomba” publicitária, que acabou atingindo o governador em férias, sendo o GDF, mais uma vez, alvo do Ministério Público.
Recentemente, Welington Luiz Moraes foi notícia publicada no portal Notibras, de responsabilidade do jornalista José Seabra, quando o site publicou uma conversa em que o Secretário de Comunicação pauta matérias destrutivas contra a governadora em exercício Celina Leão, enquanto a vice eleita exercia a função após o afastamento de Ibaneis Rocha pelo Supremo Tribunal Federal devido aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Segundo José Seabra, que narra o fato em detalhes, Baiano dizia falar em nome do então governador afastado Ibaneis Rocha. Ainda segundo o Notibras, provas contundentes estavam em mãos da redação do portal.
Diante disso, Ibaneis Rocha, em eventos públicos, rechaçou a suposta autorização que teria dado a Welington Luiz Moraes e acabou anunciando Celina Leão como a sua sucessora à principal cadeira do Palácio do Buriti.
Diante de tantos escândalos envolvendo Welington Luiz Moraes, o ainda secretário demonstra ter uma larga “caixa de segredos” retumbando aos ouvidos do governador, que o mantém no cargo. Segundo o meio publicitário, porém, o GDF deveria dar oportunidade para o mercado, permitindo que os órgãos tivessem autonomia publicitária, deixando apenas a instituição GDF por conta do secretário.