Um grupo de parlamentares está preparando um pedido de impeachment mais robusto, para ser entregue em setembro, com as novas informações
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) saíram em defesa de Alexandre de Moraes após uma reportagem sugerir que o ministro teria usado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar opositores políticos. Enquanto isso, a oposição prepara um novo pedido de impeachment e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, avalia a situação com cautela.
Após uma reportagem publicada na terça-feira (13) pelo jornal Folha de S. Paulo, que sugeria o uso indevido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por Alexandre de Moraes para investigar bolsonaristas, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) manifestaram apoio ao colega.
Os ministros do STF alegam que Moraes manteve uma postura consciente e correta e que as interações entre o ministro e funcionários do TSE são normais. Os magistrados afirmaram ainda que o caso não pode ser comparado aos contatos revelados na “Vaza Jato”, que envolviam o ex-juiz Sérgio Moro e membros do Ministério Público Federal.
A reportagem da Folha alegou que o gabinete de Moraes no STF teria solicitado ao TSE, de forma não oficial, a elaboração de relatórios para subsidiar investigações sobre supostos crimes eleitorais e de desinformação. Em resposta, o gabinete de Moraes esclareceu que todas as ações foram realizadas de maneira oficial e documentada, com a devida participação da Procuradoria Geral da República.
Enquanto isso, a oposição no Congresso Nacional decidiu adiar a apresentação de um pedido de impeachment contra Moraes para setembro. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) explicou que o atraso visa garantir um pedido mais robusto e aumentar o apoio público através de uma campanha de coleta de assinaturas. Girão também afirmou que a equipe está trabalhando para incluir os novos fatos divulgados pela reportagem da Folha.
Pacheco não levará denúncia adiante
Por outro lado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sinalizou que não deve colocar em pauta os pedidos de impeachment contra Moraes por enquanto, pois considera que não há elementos suficientes para avançar com o processo. Atualmente, mais de 20 pedidos de impeachment estão parados na Presidência do Senado.
O Partido Novo também apresentou uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Moraes, alegando falsidade ideológica e formação de quadrilha. O partido alega que as mensagens divulgadas indicam uma participação ativa de Moraes na criação de relatórios para embasar as decisões.
Em resposta às acusações, o presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, defenderam Moraes, elogiando sua atuação no combate a crimes eleitorais e sua integridade como magistrado. De acordo com eles, Moraes agiu dentro dos limites legais para proteger a democracia e a lisura das eleições de 2022.
Nesse contexto, Moraes demonstrou tranquilidade e recebeu apoio de colegas em uma festa de aniversário na noite de terça-feira (13). Participantes da celebração relataram que o ministro estava sereno e contou com a solidariedade de muitos no meio jurídico.