Camilo Santana anuncia estudos para que exame certifique jovens e adultos, e propõe integração com avaliação do Saeb
O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou neste domingo (10), durante o balanço preliminar do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as principais metas para o exame em 2025. Uma das propostas envolve transformar o Enem em uma certificação de conclusão do Ensino Médio para pessoas acima de 18 anos, similar ao Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
Segundo Santana, a ideia foi encaminhada ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que estudará a viabilidade da implementação. O ministro informou que espera a conclusão dessa fase até maio de 2025, quando devem ser abertas as inscrições para o Enem.
Para Manuel Palácios, presidente do Inep, essa nova possibilidade de certificação fortalece o papel do Enem. Ele destacou o alcance do exame, que neste domingo foi realizado em 10 mil locais em 1.753 cidades do Brasil, o que poderá ampliar a oportunidade de jovens e adultos concluírem o Ensino Médio. “Vamos nos debruçar agora sobre a demanda feita pelo ministro e apresentar a melhor proposta. O objetivo é garantir um acesso maior aos jovens”, afirmou Palácios.
A proposta não substituirá o Encceja, que continuará a ser oferecido pelo Ministério da Educação. Palácios acredita que, ao longo do tempo, o Enem pode se tornar uma opção mais atrativa e acessível para jovens que buscam a certificação de conclusão do Ensino Médio.
Outra medida anunciada por Santana é a integração da prova do Enem com o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), permitindo que alunos do terceiro ano do Ensino Médio utilizem o Enem também como avaliação do Saeb. Esse plano está sendo discutido com redes estaduais de ensino, que apontam que muitos alunos priorizam o Enem em detrimento do Saeb. A implementação dessa convergência também será avaliada pelo Inep.
Redução de abstenção
O balanço do segundo dia de provas do Enem mostrou uma abstenção de 30,6%, a menor taxa dos últimos anos. Em 2023, a abstenção foi de 32%, e em 2022, de 32,1%. A presença foi de 69,4%.
No comparativo entre estados, o Rio Grande do Sul teve a maior abstenção (48,6%), seguido por Amazonas (44,7%), Mato Grosso (35,7%), Acre (35,5%) e Amapá (34,7%). Já o Ceará registrou a menor taxa, com 24,3%.
Neste domingo, os candidatos enfrentaram 90 questões, divididas em dois blocos temáticos: 45 de ciências da natureza (química, física e biologia) e 45 de matemática e suas tecnologias.