Postagem de Gleisi ocorreu após a divulgação da possível candidatura de Michelle ao Senado em 2026
Na sexta-feira (19), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). Michelle busca esclarecimentos sobre uma publicação feita por Gleisi no X (antigo Twitter) no dia 10 de julho, onde a deputada relaciona a ex-primeira-dama e a família Bolsonaro aos escândalos das joias, das rachadinhas e a um golpe para se manter no poder.
Na publicação, Gleisi afirmou: “Mais um negócio de família! Os Bolsonaros vão se lançar em peso para o Senado: Michelle, Eduardo, Flavio e até o Carlos. Depois de roubar joias para pagar suas contas, fazer rachadinhas para comprar imóveis, tentar um golpe para se manter no poder, agora vão atacar a política com estratégia familiar. Para eles, o que importa é se garantirem. Não é sobre Deus, Pátria e Família, é só a própria família, com muito dinheiro e poder.”
A postagem de Gleisi ocorreu após a divulgação da possível candidatura de Michelle ao Senado em 2026. Segundo uma pesquisa divulgada no início de julho, a ex-primeira-dama lidera nas intenções de voto em uma eventual disputa pelo Distrito Federal. A reportagem tentou contato com as assessorias de Michelle e Gleisi, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Investigações
A ex-primeira-dama é mencionada em investigações da Polícia Federal, que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por supostamente ter montado uma associação criminosa para desviar joias e presentes de alto valor destinados ao chefe do Executivo. Os desvios são calculados em R$ 6,8 milhões, incluindo um conjunto de joias presenteado a Michelle pelo regime da Arábia Saudita. Michelle não foi indiciada e afirmou desconhecer o suposto esquema. A defesa do ex-presidente nega qualquer irregularidade.
Além disso, no ano passado, surgiram detalhes sobre uma investigação da PF envolvendo o uso do cartão de crédito de uma assessora da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Rosimery Cardoso Cordeiro teria emprestado o cartão de crédito a Michelle por 10 anos, mas ambas negaram qualquer irregularidade.
Por fim, em 2021, o STF arquivou um pedido de investigação contra Michelle referente aos R$ 89 mil em cheques depositados pelo ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz em sua conta. Queiroz é o pivô da investigação sobre a suspeita de prática de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) quando ele era deputado na Assembleia Legislativa do Rio.