O material inclui diálogos onde Moraes fica irritado com a demora na produção dos relatórios
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, aproveitou, de forma não oficial, o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para produzir relatórios que fundamentassem decisões contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no inquérito das fake news, durante e após as eleições presidenciais de 2022, é o que revela o jornal A Folha de São Paulo.
Segundo as informações, mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp entre assessores de Moraes revelam que pedidos informais foram feitos para investigar e abastecer o inquérito no STF, frequentemente sem registros oficiais desses pedidos.
Esses relatórios foram usados para basear ações como cancelamento de passaportes e bloqueio de redes sociais de indivíduos associados a Bolsonaro.
O material analisado inclui diálogos onde assessores expressam a urgência e a irritação de Moraes com a demora na produção dos relatórios solicitados. “Vocês querem que eu faça o laudo?”, reclama Moraes em uma das reproduções.
Apesar da controvérsia e das críticas, a atuação do inquérito das fake news foi considerada constitucional pelo STF em junho de 2020, e o caso continua em tramitação.
Procurado por meio da assessoria do STF, Moraes não respondeu.