MBTC: O rastro criminoso para uma gestão temerosa

Por Mino Pedrosa

O homem que se vende como o maior e melhor cientista político da capital federal, não passa de uma fraude e utiliza de suas duas faces para enriquecer com o uso de empresas laranjas e relações promíscuas com políticos e empresários do Distrito Federal. Nesta eleição de 2022, Lucas Kontoyanis, presidente do PMN-DF, recebeu uma bolada do fundo partidário para tentar emplacar deputados na Câmara Legislativa do DF, mas sem sucesso.

Paralelo a isso, o famoso lobista brasiliense, com um olho no peixe e o outro no gato, disputa a presidência do Minas Brasília Tênis Clube, frequentado espaço de convívio coletivo da capital federal, pela chapa “Minas do Futuro Mais Mulheres”, para tentar manter o poder e ter o livre acesso aos cofres da entidade.

Dezessete associados do MBTC, contudo, assinaram uma petição, entregue à diretoria do Conselho de Administração da entidade no começo de setembro, contra uma obra vigente e denunciaram o esquema fraudulento de corrupção, que perdura por mais de uma década, comandado pelo ardiloso lobista.

Atual presidente do Conselho Deliberativo do local, o também advogado exerce influência no clube desde sua primeira gestão à frente da entidade, quando iniciou os frequentes saques dos cofres do clube quando ainda exercia o cargo de presidente do Conselho Fiscal, de 2007 a 2010.

A influência é tanta que, no auge de sua arrogância, o corrupto Kontoyanis já chegou a declarar nos corredores do espaço privado que “tem todo mundo do clube na mão” e que “quem manda no clube é ele”.

Durante sua primeira passagem, mais de 25 processos que denunciavam empresas já marcadas para ganhar a realização de obras sem um processo adequado de seleção, foram enterradas pelo influente lobista.

Dezenas de documentos obtidos pelo portal mostram o mecanismo vergonhoso utilizado por Lucas Kontoyanis e seu preposto Natal Rodrigues Chaves, presidente da Diretoria Executiva do clube, para saquear o cofre da entidade. O material também apresenta como funciona, na prática, o desvio de recursos da entidade.

A forma vil como o atual presidente do conselho atua junto a organizações privadas, não se distingue, porém, de sua atuação junto a políticos e a órgãos públicos.

O sistema fraudulento montado tem dois alicerces que sempre se repetem como duas engrenagens que financiam o submundo da política brasiliense, chegando a, inclusive, permitir que Kontoyanis tenha influência direta em, ao menos, sete gabinetes na Câmara Legislativa do DF.

O boquirroto diz em alto e bom som, ser dono de, pelo menos, 50% do mandato de cada distrital eleito por suas podres mãos, a exemplo do ex-distrital Reginaldo Sardinha, que Kontoyanis cita em gravação. O advogado, porém, tenta transformar o clube em um puxadinho dos esquemas comprovados na Câmara Legislativa, onde exerce seu espólio político.

Ouça o áudio

O lobista não para por aí, atuou na campanha da OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil) em duas frentes (situação e oposição) traindo o grupo a quem havia inicialmente prestado o serviço.

O primeiro sustento de seu, agora comprovado, esquema criminoso, que afeta o famoso clube brasiliense, se baseia na criação de empresas fantasmas, que existem apenas no papel, mas que não são encontradas nos endereços entregues a órgãos da União e que, curiosamente, possuem débitos tributários junto à Receita Federal, para formar preço em favor de uma empresa indicada por Lucas Kontoyanis.

Segundo as demonstrações financeiras e contábeis do clube referente ao mês de julho, obtido pela reportagem, os primeiros sete meses do ano deram um total de R$ 6,76 milhões em receita. Parte desse valor, porém, tem sido comprometido e desviado por companhias laranjas utilizadas pelo virulento lobista.

Empresários também denunciaram ao conselho que Lucas Kontoyanis chegou a pedir até 50% dos alugueis do centro de convenções do clube em propina, ou seja, dinheiro sujo fora do contrato.

Uma construção recente, porém, tem causado controvérsia entre os associados do MBTC. A construção da “cobertura da Quadra de Tênis” custou pouco mais de R$ 409 mil, mas a obra poderia ter custado a metade do valor desembolsado.

A problemática cobertura também foi entregue a empresas fantasmas, já que não foi elaborado um processo de disputa interna para a escolha da companhia que faria a reforma, o que fere o estatuto do clube.

O pedido de providências assinado pelos 17 membros comprova o óbvio, que os cofres da entidade estão sendo roubados e furtivamente saqueados.

A tomada de preço feita pela diretoria do clube, levou em conta os valores projetados por três empresas, sendo duas delas fantasmas. Dessa maneira, o preço foi artificialmente formado, o que acabou lesando os membros do clube.

Há provas cabais de que as irregularidades do processo superfaturaram o projeto, já que, apenas a mão de obra prestada, acabou custando R$ 155 mil a mais do que o razoável e do que é oferecido por outras companhias que atuam a mais tempo no mercado, como demonstra os 17 associados na petição.

O que também espanta é que a volumosa proposta oferecida pela empresa Brasilino Produtos Metalúrgicos Ltda foi elaborada depois de ter sido contratada pelo presidente da Diretoria Executiva, Natal Rodrigues Chaves.

O flagrante delito criminoso: curiosamente o valor pedido pela empresa foi apresentado em 06 de junho, mas a execução da obra foi assinada em 30 de maio deste ano.

Veja trecho do documento:

A companhia contratada para fins escusos também está inabilitada para a emissão de certidão negativa junto à Receita Federal, o que contraria as regras estabelecidas para o processo de contratação do clube, que se assemelha a um processo licitatório.

Agora, no dia 16 de outubro, Lucas Kontoyanis irá testar os associados do clube, que decidirão se esse grupo criminoso dará ou não continuidade ao imbróglio denunciado.

Redação