Marcelo Pixauí no olho furacão

Ministério Publico do Distrito Federal e Polícia Civil do DF aprofundam investigações de desvio de recursos no Iges-DF e Secretaria de Saúde

Por Mino Pedrosa

O maestro que rege o esquema milionário no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), Marcelo Piauí, recentemente sofreu uma baixa em sua orquestra. A morte do renomado médico Rodrigo Conti lançou luz sobre o cenário e desencadeou uma investigação policial com a participação do Ministério Público. Há suspeitas de que existe um grupo responsável pelo desvio de milhões no orçamento do Instituto.

Conti era o interventor no Instituto de Cardiologia e Transplante do Distrito Federal (ICT-DF), apadrinhado por Marcelo Piauí. Ele também possuía uma sociedade em uma empresa, aberta em setembro de 2023, com o presidente do Iges-DF, Juracy Cavalcante Lacerda Junior, no estado da Paraíba.

Recentemente, chegou à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) um polêmico Projeto de Lei (PL) que tenta transferir ao Iges a gestão do ICT-DF. O presidente da CLDF, Wellington Luís, determinou que a Comissão de Transparência e Fiscalização da Casa investigue a relação entre o presidente do Iges-DF, Juracy Cavalcante Lacerda Junior, e o falecido Rodrigo Conti, ambos oriundos do hospital Daher, onde Marcelo Piauí intermediou, durante a pandemia, um contrato milionário entre a Secretaria de Saúde do DF e o hospital.

Há quem afirme que Juracy Cavalcante é sócio de Marcelo Piauí. O inquérito que corre na Justiça em Brasília sobre a contratação superfaturada de tendas para ajudar no tratamento de infectados com dengue tem Marcelo Piauí como figura importante.

Já se sabe que a contratação superfaturada resultará em uma condenação exemplar para os envolvidos. A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, que também figura no processo, já prestou depoimento. O presidente da Comissão de Saúde da CLDF, Gabriel Magno, pede o fim do Iges-DF, apontando o Instituto como o principal responsável pela crise na saúde.

“A população do DF rejeita a Saúde do DF porque está um caos. Quando aprovaram a Lei do Iges, disseram que ia desburocratizar tudo, que não ia faltar profissional… É mentira, está faltando profissional e medicamento”, afirmou o parlamentar.

Nesta quarta-feira (28), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) deflagraram a operação Escudero para aprofundar as investigações sobre o envolvimento de empresários e agentes públicos com irregularidades nos serviços prestados pelo Iges-DF.

Hoje (29), o governador do DF, Ibaneis Rocha, afirmou que espera que a PCDF e o MPDFT concluam rapidamente as investigações sobre as suspeitas de irregularidades no fornecimento de alimentos a pacientes das unidades de saúde públicas, administradas pelo Iges-DF.

Foto: Agência Brasil

“A polícia está fazendo seu trabalho, o Ministério Público também vai fazer o dele”, disse Ibaneis. “Esperamos que eles possam realizar uma investigação o mais rápido possível e que aqueles que tiverem culpa, se houver, sejam punidos”, completou o governador.

Mino Pedrosa

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on telegram