Marçal evitou afirmar se os livros de Paulo Freire seriam banidos, mas garantiu que haverá uma revisão rigorosa dos materiais educacionais
O candidato Pablo Marçal (PRTB) anunciou que, caso seja eleito prefeito de São Paulo, removerá das escolas municipais qualquer material que considere estar “deturpando a ideologia”.
Durante entrevista à Folha de S.Paulo, Marçal foi questionado sobre a possibilidade de acontecer uma censura semelhante à que envolveu o livro O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, que abordou questões de racismo e enfrentou censura em algumas escolas.
Marçal afirmou que qualquer conteúdo que, em sua visão, prejudique a produtividade e a liberdade será excluído.
O ex-coach visitou à Bienal do Livro na quarta-feira (11), onde foi recebido com entusiasmo por crianças e adolescentes, Marçal fez declarações que reforçam sua visão conservadora sobre a educação. “O ensino sempre foi pautado pelo comunismo, a gente vai dar uma mudadinha nisso aí”, declarou, reforçando seu desejo de modificar o sistema educacional conforme suas convicções ideológicas.
Questionado sobre suas críticas a Paulo Freire, autor de Pedagogia do Oprimido, frequentemente atacado pela direita, Marçal não hesitou em reafirmar suas críticas. Embora tenha evitado afirmar se os livros de Freire seriam banidos, garantiu que haverá uma revisão rigorosa dos materiais educacionais.
“Tem que chamar muitas pessoas para estudar isso aí, os livros que serão colocados e os que serão tirados”, afirmou o influenciador.
Marçal expressou preocupação com o impacto das ideologias na formação dos jovens, temendo que eles ingressem na faculdade com uma mentalidade orientada para o sucesso, mas saiam com visões revolucionárias. O candidato também continuou a usar sua retórica agressiva contra Guilherme Boulos (PSOL), acusado sem provas de usar drogas, e manteve uma postura confrontadora.
Na Bienal, Marçal foi que chegou a entoar gritos de “mito”, em uma referência anteriormente associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, também enfrentou hostilidade de alguns críticos que o chamaram de ladrão e picareta. Respondi a um desses críticos com um gesto que imita o uso de drogas, uma tática que ele costuma empregar contra Boulos.