Haddad argumenta que as medidas são para o “bem dos trabalhadores” e que manteriam o equilíbrio da economia
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou a inclusão de mais um ministério no pacote de cortes de gastos discutido há semanas.
No entanto, Haddad evitou revelar qual pasta seria a nova alvo da redução, afirmando que o pedido ainda está em negociação e que o desfecho pode não acontecer a tempo.
“As reuniões com os ministros do Trabalho, Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde e Educação foram finalizadas. Agora, o presidente quer incluir mais um ministério no esforço, mas ainda não posso adiantar”, disse Haddad.
Apesar do sigilo sobre o próximo alvo, a postura do governo em relação ao pacote, que promete cortes em áreas sensíveis, já gerou tensão entre a base aliada, especialmente no PT. Haddad argumenta que as medidas são para o “bem dos trabalhadores” e que manteriam o equilíbrio da economia, ainda que a ausência de detalhes sobre o pacote alimente incertezas.
Além de enfrentar resistências internas, Haddad também mencionou que ainda falta apresentar as propostas aos presidentes da Câmara e do Senado. Na terça-feira (12), ele deve se reunir com Lula para discutir o encaminhamento ao Congresso. Apesar de semanas de debate e pressão do mercado financeiro, o presidente ainda não aprovou oficialmente o pacote.
Nos bastidores, o governo admite que o seguro-desemprego e o abono salarial, dois gastos que crescem rapidamente, estão entre os itens em análise para ajuste. A equipe econômica, contudo, enfrenta dificuldades em fechar o pacote, devido à complexidade das medidas e às suas implicações econômicas e políticas. O pacote foi revisado durante o final de semana, em conversas com conselheiros, mas um desfecho definitivo ainda parece incerto.