“A simples acusação de indiciamento não presume culpa, mas sim a necessidade de provar a inocência”, disse Lula
O presidente Lula (PT) comentou sobre o indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), pela Polícia Federal. Ele afirmou que planeja conversar pessoalmente com o ministro ainda nesta quinta-feira (13) para tomar uma decisão sobre o caso. Lula chegou a Genebra na quarta-feira (12) para participar de compromissos internacionais.
O indiciamento de Juscelino Filho envolve acusações de integrar uma organização criminosa e de corrupção passiva, relacionadas a desvios de recursos em obras de pavimentação financiadas pela estatal federal Codevasf, conforme conclusão da Polícia Federal.
“A simples acusação de indiciamento não presume culpa, mas sim a necessidade de provar a inocência”, declarou Lula em resposta à Folha. “Ele terá a oportunidade de se defender, e isso será parte da nossa conversa hoje.”
Em uma nota oficial, o ministro criticou vigorosamente a atuação da Polícia Federal, argumentando que o inquérito vasculhou sua vida e a de seus familiares sem encontrar provas substanciais. “Este inquérito revisita fatos antigos que não têm relação com meu trabalho parlamentar”, afirmou.
Lula, acompanhado da primeira-dama Rosângela Silva (Janja) e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, desembarcou na Suíça pela manhã e se hospedou no hotel Président Wilson, às margens do Lago Léman. Durante a tarde, está previsto seu discurso na sede da ONU para encerrar o fórum da Coalizão Global pela Justiça Social, evento promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para abordar questões trabalhistas globais.
A visita de Lula ocorre durante a Conferência Internacional do Trabalho da OIT, que reúne anualmente representantes de governos, trabalhadores e empregadores.
Após seus compromissos na ONU, Lula tem agendada uma reunião bilateral com a presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd, e uma homenagem ao renomado escritor Paulo Coelho, residente na Suíça. Paulo Coelho será homenageado com o lançamento de um selo comemorativo pelos 35 anos de seu livro mais famoso, “O Alquimista”.
À noite, o presidente e sua comitiva partirão para a região da Puglia, na Itália, onde Lula participará da cúpula do G7, que reúne as sete maiores economias do mundo e a União Europeia.
Quanto ao avanço da ultradireita na Europa, Lula expressou preocupação com o risco para a democracia e defendeu a necessidade de uma defesa robusta dos valores democráticos em escala global.
“O crescimento da ultradireita é alarmante, mas serve também como um alerta para aqueles que defendem a democracia. Devemos persistir na luta pela sua prevalência não apenas na Europa, mas em todo o mundo, incluindo América do Sul, América Latina, Ásia e além”, enfatizou o presidente em Genebra.