Laços de família: a corrente bilionária que laça os negócios velados da família Mendes e Carvalho

Por Mino Pedrosa

Indiferente aos desejos da população e à responsabilidade fiscal do estado do Mato Grosso, o governo comandado por Mauro Mendes se mostra promíscuo diante de uma relação familiar que se mistura com o poder e as finanças do próprio estado.

Detentor de uma fortuna que alcança uma cifra bilionária, o governador Mauro Mendes conseguiu ver seu “dom” empresarial ser repentinamente transferido ao filho e aliados após assumir o governo do Mato Grosso.

Luís Antônio Taveira Mendes é filho do governador e, desde 2019, se tornou sócio de no mínimo 36 empresas. O pródigo investidor, porém, coincidentemente (claro), só mostrou o talento nos negócios quando o pai recebeu do povo mato-grossense a principal cadeira do estado.

Como sócio, Luís Mendes tem Hélio Palma de Arruda Neto, genro de Mauro Carvalho Júnior, atual secretário da Casa Civil do Mato Grosso, primeiro subordinado do governador Mauro Mendes. Apenas outra coincidência (claro).

Recentemente, ambos se aliaram a um empreendimento gastronômico, o luxuoso restaurante Aragon, inaugurado no fim do ano passado e que chegou a custar aproximadamente R$ 10 milhões, um prato feito para uma lavanderia de alto padrão.

O montante que mudaria a vida de muitos, contudo, não representa muita coisa diante do patrimônio estimado do filho do governador, que alcança questionáveis R$ 2,7 bilhões.

A fortuna do jovem prodígio de 24 anos consegue ser ainda maior do que a quantia gasta pelo estado para a construção do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), previsto para 2014 e que nunca anda nos trilhos por conta dos interesses velados da família Mendes.

Trata-se de um dos maiores escândalos de corrupção já deflagrados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público com atuação no estado. A obra, porém, não será nem entregue por decisão do governador Mauro Mendes, mesmo depois de serem investidos mais de R$ 1 bilhão que está escoando pelos ralos para atender interesses investigados pelo Ministério Público Federal usando a força tarefa da Polícia Federal.

 

Mauro Mendes tenta substituir o VLT por BRT mesmo sabendo que o estado vai sofrer prejuízos de milhões. Os interesses que cercam o governo talvez seja muito superior ao prejuízo já computado pelos técnicos especialistas em mobilidade. Os 280 vagões do VLT, avaliados em meio bilhão, porém, não terão mais destinação.

A modernidade alegada pelo atual governador em troca da destruição dos trilhos multimilionários, deixa velados os interesses econômicos. Os ônibus serão elétricos, mas com muito menos capacidade para o transporte de passageiros.

O curioso é que a licitação movida pelo Governo do Mato Grosso já conta com possíveis irregularidades investigadas pelo Ministério Público local. Ou seja, não bastou o estado jogar fora R$ 1 bilhão, a disputa para o novo BRT ainda tem jeito de cartas marcadas.

O que o governo não fala também é que a obra do BRT custará praticamente o mesmo do que se prevê hoje para terminar o VLT. A obra ferroviária, contudo, obviamente traz mais benefícios à população, mas talvez não traga benefícios aos gananciosos olhos da política. A ação em família entra na mira do MPF e PF. Pelo visto ou Mauro Mendes entra nos trilhos ou será atropelado pelo BRT.

Redação

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