A decisão de Janja foi apoiada pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que aproveitou a ocasião para defender mais controle sobre as redes sociais
A primeira-dama Janja Lula da Silva decidiu restringir o acesso ao seu perfil no Instagram após uma onda de comentários ofensivos. Com a mudança, apenas seguidores já aprovados podem visualizar suas publicações.
A decisão foi acompanhada de uma nota oficial de sua assessoria, que classificou as mensagens recebidas como “abomináveis” e de “teor criminoso”.
O comunicado oficial destacou que as críticas direcionadas a Janja “não são apenas machistas e misóginas, mas também ameaçam sua segurança e integridade”.
Ao assumir o papel de primeira-dama e ter participação ativa em decisões e eventos do governo, Janja se coloca como uma figura política. Fechar o perfil em resposta às críticas pode ser interpretado como uma tentativa de se blindar da opinião pública, em vez de promover um debate aberto sobre as questões que levanta.
Controle da internet
A decisão de Janja foi rapidamente apoiada pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que aproveitou a ocasião para defender mais controle sobre as redes sociais. Segundo ela, “não é admissível que a internet seja um espaço sem regulamentação, livre para discurso de ódio”.
O governo Lula já tem um histórico de tentativas de aumentar a regulação das plataformas digitais, frequentemente sob o pretexto de combater fake news e discurso de ódio.
A ministra também mencionou que “tudo isso acontece no mês das mulheres”, tentando vincular o caso a uma pauta mais ampla de gênero. A primeira-dama, por sua vez, tem usado sua visibilidade para reforçar essa narrativa, como fez em um evento em Minas Gerais, onde se emocionou ao falar sobre violência contra as mulheres.