Áudios e documentos comprovam que a distrital Jane Klebia negociou como pagamento de dívida de campanha cargo em seu gabinete
Por Mino Pedrosa

A delegada xerife, que atuou com mãos de ferro na delegacia do Paranoá, região periférica ao Lago Sul, bairro nobre de Brasília, esconde os desafetos agora que se empossou deputada distrital.

Em dezembro de 2022, Jane Klebia do Nascimento Silva Reis se amotinou com alguns colegas ligados à Polícia Civil do Distrito Federal para tentar sorrateiramente ceifar a cabeça do diretor-geral da PCDF, Robson Cândido.

Entre os atuantes do complô contra o representante máximo da corporação policial, estava o ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso em janeiro acusado de incitar e tentar um golpe de estado, ferindo a democracia de morte.

A ex-delegada e hoje deputada distrital caiu na malha fina após omitir para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) empresas que prestaram serviço à sua campanha eleitoral de 2022.

Jane Klebia, apesar de ter o notório conhecimento jurídico, comete crime eleitoral ao dar calote em prestador de serviço e ao prometer um cargo futuro em seu gabinete em troca de dívidas contraídas ainda na campanha.

Ouça as conversas;

A atual representante do partido Agir na CLDF (Câmara Legislativa do DF) foi notificada extrajudicialmente no dia 29 de março de 2023 após agir de má fé fugindo do compromisso firmado com o publicitário David Queiroz Torquato da Silva, como ressalta o documento.

Curioso é que na prestação de contas da deputada eleita não consta vários serviços prestados durante as eleições e que pode ser motivo de uma possível cassação por parte da Justiça Eleitoral.

Áudios recebidos pela reportagem comprovam o calote de R$ 35 mil praticado pela experiente delegada, que burlou a prestação de contas de sua campanha.

Ao perceber que poderia se prejudicar com a promessa de um cargo futuro na comunicação do gabinete parlamentar em troca de dívida, Jane Klebia chegou a ameaçar a vítima dizendo que “não se mexe com delegada de polícia”.

Acontece que os olhos da lei estão desvendados para o abuso de poder da distrital que comete vários ilícitos mesmo com o notório saber jurídico.

O publicitário diz confiar na Justiça e repete o costumeiro ditado que a Justiça tarda, mas não falha. A denúncia, porém, já foi encaminhada ao TSE que analisa a possibilidade da deputada perder o mandato, afinal, há evidências de que cargos públicos teriam sido prometidos em troca de dívidas pessoais.