A expectativa é de que a Primeira Turma do STF aceite por unanimidade abrir uma ação penal contra os acusados
O ex-presidente Jair Bolsonaro parece estar se preparando para uma fase de isolamento estratégico enquanto aguarda o início do seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Aparentemente, a defesa de Bolsonaro e seus aliados buscam minimizar a visibilidade do ex-presidente no período que antecede a decisão crucial, com planos para que ele permaneça em Brasília, mas sem definição clara de onde ficará.
Entre as opções, especula-se que ele poderia ficar na sede do PL, com a presença de deputados e ex-ministros como Gilson Machado e João Roma, ou em sua residência, acompanhado de um círculo restrito de amigos e aliados.
Uma terceira possibilidade seria que ele acompanhasse as primeiras leituras do julgamento da casa do deputado Luciano Zucco, líder da oposição.
Os filhos mais velhos do ex-presidente não estarão ao seu lado durante esse momento decisivo. O deputado Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, enquanto o senador Flávio Bolsonaro presidirá uma audiência no Senado, tratando da “ADPF das Favelas”.
O ex-presidente, então, deve retornar à capital federal após uma participação em uma live em São Paulo, ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
O julgamento
A iminência do julgamento no STF, marcado para terça-feira (25), traz um cenário de tensão. O Supremo decidirá se Bolsonaro e outros sete aliados irão se tornar réus pelos atos antidemocráticos de 2022, quando tentaram desestabilizar o resultado da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A expectativa é de que a Primeira Turma do STF aceite por unanimidade abrir uma ação penal contra os acusados, com as acusações de organização criminosa armada, golpe de Estado e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, além de danos ao patrimônio público e tombado.
Tudo indica que o placar será um 5 a 0 a favor de tornar os réus responsáveis por uma série de crimes que comprometeram a ordem democrática do país.
Defesa de Bolsonaro
Nos bastidores, a defesa de Bolsonaro parece estar recorrendo a estratégias para minimizar o impacto do julgamento, tentando descreditar os ministros do STF que irão decidir sobre o caso.
Os advogados do ex-presidente falharam recentemente ao tentar afastar Alexandre de Moraes e Flávio Dino do julgamento, alegando suspeição, dado que ambos processaram Bolsonaro anteriormente.
Entre os réus estão os ex-ministros da Casa Civil e da Defesa, Walter Braga Netto e Anderson Torres, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.