Lula disse a pessoas próximas que quer falar pessoalmente com Amorim
O Itamaraty enviou uma orientação à embaixadora do Brasil na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira, para que ela não compareça, à proclamação da vitória de Nicolás Maduro.
O pedido foi feito pelo chanceler Mauro Vieira, após a postura de cautela do governo brasileiro em relação às eleições venezuelanas. Outros países também passaram a exigir transparência, além de não reconhecerem o resultado da reeleição de Maduro.
O Itamaraty informou que aguarda a publicação, por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, dos dados desagregados por mesa de votação. Esse é um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”, disse o órgão.
O assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim, foi enviado à Venezuela, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e deve retornar ao Brasil na terça-feira (30).
“O governo brasileiro continua acompanhando o desenrolar dos acontecimentos para poder chegar a uma avaliação baseada em fatos. Como em toda eleição, tem que haver transparência. O CNE ficou de fornecer as atas que embasam o resultado anunciado”, disse Amorim.
Lula
O presidente Lula (PT) disse a pessoas próximas que quer falar pessoalmente com Amorim antes de opinar sobre o processo eleitoral venezuelano.
Pessoas que conversaram com o petista nos últimos dias avaliam que a crítica de Maduro ao sistema eleitoral brasileiro facilitará para o governo ter uma posição mais dura sobre a transparência na votação do país vizinho.
Medidas de Maduro
O regime de Maduro ordenou que diplomatas e funcionários de embaixadas e consulados da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai se retirem “de maneira imediata” da Venezuela.
Na primeira fala como presidente reeleito, Maduro voltou a insistir que países vizinhos não interfiram nos assuntos internos da Venezuela.