Vídeo e novos fatos expõem a conduta costumaz e criminosa do distrital Daniel Donizet que ameaçava servidores e procura intimidar quem recorre à Justiça
Por Mino Pedrosa
O comportamento controverso do deputado distrital Daniel Donizet (PL) deixa rastros criminosos que o leva para uma cassação de mandato. Na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) o número de denúncias envolvendo o parlamentar em casos de assédio e agressão contra mulheres só aumenta.
Agora, o Fatos Online revela o lado agressivo e ameaçador do distrital que se diz defensor dos animais irracionais. Um ex-servidor ligado à ex-ministra e ex-deputada federal Flávia Arruda, tratado como Danilo, sofreu ameaças de Daniel Donizet por ter gravado vídeos mostrando as mazelas da administração do Gama e a grande quantidade de buracos na cidade.
A vítima revela que, além de ser intimidada, fatos curiosos aconteceram em um curto espaço de tempo e que chama atenção de que poderá ter sido encomendado pelo parlamentar. Segundo o denunciante, seu carro sofreu um acidente de trânsito premeditado e, na mesma semana, apareceram duas multas de trânsito em um veículo que estava inutilizado.
O lado obscuro do parlamentar distrital foi flagrado em áudio após o perseguido gravar telefonemas do representante popular registrando as ameaças sofridas de Daniel Donizet.
O portal Fatos Online teve acesso com exclusividade a uma gravação de 16 minutos onde o deputado aparece fora de si, com evidências em embriaguez, proferindo palavras de baixo calão e até ameaçando a vítima com frases e “ultimatos” contra o morador da cidade. Para bom entendedor, um pingo é letra e o termo expõe a violência com que o parlamentar trata os servidores subordinados.
Nesta semana, chegou às mãos do delegado que preside o inquérito que apura a agressão contra a acompanhante de luxo Bárbara Toledo, que participou de um “bacanal” em um quarto de motel com outras cinco pessoas, entre elas, o deputado Daniel Donizet, um depoimento reiterando tudo que havia sido dito à Polícia Civil do DF, entregando as provas guardadas em seu poder.
Bárbara Toledo teve o depoimento colhido por carta precatória por ter sido concedido na cidade de São Paulo, onde a vítima reside e alega não ter recursos para se deslocar à Brasília para prestar depoimento presencial à delegacia do DF.
No seu detalhado depoimento, a acompanhante diz que esteve na capital federal à época para “ganhar dinheiro com a marcha dos prefeitos” que acontece, pelo menos, duas vezes ao ano. A vítima considerou que era a oportunidade de ganhar dinheiro, por isso, veio de São Paulo para uma conhecida boate no Setor de Indústrias Gráficas frequentada por vários políticos e empresários.
Ela só não sabia que não conseguiria ganhar dinheiro, já que, diante das agressões sofridas, não foi possível trabalhar, tendo de retornar com prejuízos financeiros ao estado de origem.
A denúncia foi acompanhada na delegacia por um advogado amigo da vítima e por um membro do Ministério Público de São Paulo. Alí, foi apresentado o laudo pericial do IML (Instituto de Medicina Legal) de Brasília onde comprova as agressões sofridas e reitera a presença do deputado na cena do crime.
Do gabinete do deputado, disparos de celular mandam recados e intimidações às vítimas que estão revelando fatos acontecidos que dizem respeito ao inquérito em curso. A perseguição a testemunhas e às vítimas se expõe na exoneração de quem procura o Ministério Público local e revela como o parlamentar usa de seu poder para impedir o avanço das investigações.
Servidores do gabinete que ainda lutam para se manter no cargo, entraram em contato com a trans Beatriz, conhecida por Bia, na tentativa de convencê-la a prestar depoimento na delegacia desmentindo o fato com outras versões. O chefe de gabinete Chicão e outro servidor, conhecido por “Kiko”, lutam na tentativa de manter o mandato já corroído do deputado Daniel Donizet.
No entanto, estes servidores estão fechando os olhos para as ameaças às vítimas sem se importarem que também estão incorrendo em crimes. Nos bastidores, o comentário é de que Daniel Donizet busca a fuga no álcool e “otras cositas más”, no linguajar colombiano.