Decisão foi tomada porque não foram constatadas lesões corporais na reclamante, e não houve realização de exame de corpo de delito
A Polícia Civil de São Paulo concluiu na segunda-feira (15) o inquérito que investigava Luis Claudio Lula da Silva, 39, filho caçula do presidente Lula (PT), por suspeita de violência contra uma ex-companheira. A investigação foi finalizada sem indiciamentos, ou seja, nenhum crime foi atribuído a ele.
A decisão foi tomada porque não foram constatadas lesões corporais na reclamante, e não houve realização de exame de corpo de delito. Além disso, a suposta violência psicológica não ficou claramente configurada. Dessa forma, os responsáveis pelo inquérito concluíram que não existem provas suficientes para um indiciamento.
O relatório foi encaminhado ao Ministério Público de São Paulo, que decidirá os próximos passos. A Promotoria pode arquivar o inquérito, solicitar novas diligências para esclarecer eventuais dúvidas ou até denunciar Luis Claudio se considerar as provas apresentadas suficientes.
A ex-companheira de Luis Claudio, a médica Natália Schincariol, 30, registrou um boletim de ocorrência em abril deste ano relatando um caso de violência doméstica. Uma medida protetiva foi expedida em favor dela naquele mês.
No boletim de ocorrência, registrado por meio da delegacia eletrônica, Natália afirmou que em janeiro sofreu uma cotovelada na barriga durante uma briga. Ela também relatou temer pela sua integridade física e saúde mental devido a constantes ataques verbais, afirmando ter sido hospitalizada com crises de ansiedade e ter recebido ameaças e ofensas de Luis Claudio, que a teria chamado de “doente mental”, “feia” e “vagabunda”.
Natália explicou que não registrou boletins de ocorrência anteriormente devido a ameaças e manipulações. Na Delegacia da Mulher, ambos relataram que a cotovelada na barriga foi acidental, ocorrendo durante uma disputa pelo domínio de um aparelho celular. Natália afirmou que não sofreu ferimentos que deixassem marcas.
Como o exame de corpo de delito não foi realizado devido à distância temporal entre o fato e o registro policial em abril, a lesão corporal não foi configurada. A polícia também não abordou a intenção no relatório.
Em relação aos ataques verbais, a maioria das mensagens anexadas ao inquérito pela ex-companheira não continha explicitamente as ofensas mencionadas no boletim de ocorrência. Natália explicou que as ofensas eram feitas verbalmente. Os diálogos analisados pelos policiais tratavam principalmente de questões patrimoniais e de litígio do casal.
Natália inicialmente indicou que apresentaria duas testemunhas para depor, mas desistiu posteriormente. Ela também anexou ao inquérito documentos referentes à sua internação médica, que teria sido decorrente da violência psicológica sofrida. A análise do material foi deixada a cargo do Ministério Público.
Dessa forma, a conclusão do inquérito sem indiciamentos não encerra o caso, e o Ministério Público terá a palavra final sobre o destino da investigação.