Além do incêndio na Mata Atlântica na Prainha (RJ), uma operação da Polícia Civil também investiga a dupla por promoção de rifa não autorizada
Nesta sexta-feira (14), a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) deram início a uma operação para identificar os responsáveis por um incêndio florestal que devastou 45 mil metros quadrados de Mata Atlântica na Prainha, na Zona Oeste do Rio. A área, de grande valor ecológico, foi atingida por chamas após o lançamento de rojões em direção à vegetação nativa. Os agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão durante a ação.
O incêndio, que ocorreu na última terça-feira (11), foi registrado no contexto de um vídeo gravado pelos influenciadores digitais Luiz Fernando Faria Rocha, conhecido como Nando Rocha, e Wesley Silva Nascimento, o Raio Motoboy. O objetivo da gravação era divulgar uma rifa de uma moto, mas no meio do clipe, os influenciadores dispararam rojões para a mata, incendiando o local. Segundo a polícia, após o incêndio começar, a dupla fugiu sem acionar as autoridades, resultando na destruição da vegetação e na morte de animais, incluindo uma cobra.
Além de investigar o crime ambiental, as autoridades também examinam a legalidade da rifa promovida pelos influenciadores. O caso foi inicialmente conduzido pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), mas em função da associação com práticas ilícitas, foi desmembrado e passou a ser investigado pela Delegacia do Consumidor, que apura crimes relacionados à economia popular e à exploração de loterias não autorizadas. Um dos envolvidos na ação é João Vitor Santana Dias, e um quarto homem segue sendo investigado.
Durante as buscas, a polícia localizou a moto que estava sendo oferecida na rifa em um endereço no bairro de Marechal Hermes, na Zona Norte. O delegado André Prates, responsável pela investigação, afirmou que o Inea recebeu informações de que o incêndio poderia ter sido criminoso, o que levou à ação rápida da polícia. “Em menos de 24 horas, conseguimos o deferimento dos mandados de busca”, explicou.
O delegado também ressaltou que todas as rifas promovidas pelos suspeitos são ilegais. “Para realizar rifas, é necessário obter autorização do Ministério da Fazenda e elas devem ser beneficentes. No caso, o objetivo era o lucro”, afirmou Prates.