Entre os cortes mais afetados estão: acém, com alta de 9,09%; costela, 7,40%; contrafilé, 6,07%; e alcatra, 5,79%
Os preços das carnes dispararam 5,81% em outubro em relação a setembro, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa foi a maior alta mensal registrada desde novembro de 2020, quando os preços subiram 6,54%. A carne foi o principal fator de pressão no grupo de Alimentação e Bebidas, que aumentou 1,06% no mês, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a inflação no Brasil.
Apenas o aumento dos preços das carnes representou um impacto de 0,14 ponto percentual no índice geral. Entre os cortes mais afetados estão: acém, com alta de 9,09%; costela, 7,40%; contrafilé, 6,07%; e alcatra, 5,79%.
Outros itens alimentares também registraram forte alta em outubro, como o tomate, com um aumento de 9,82%, e o café moído, que subiu 4,01%. Por outro lado, frutas como manga e mamão, além da cebola, tiveram quedas significativas nos preços.
No entanto, a inflação geral segue em níveis preocupantes. O IPCA subiu 0,56% em outubro, um aumento em relação a setembro (0,44%), acumulando uma alta de 4,76% nos últimos 12 meses – já ultrapassando o teto da meta de inflação, fixada em 4,5%. Desde o início do ano, a inflação já acumula 3,88%.
Economistas alertam que o índice de inflação deve continuar acima do teto até o fim de 2024. Segundo o relatório Focus mais recente, a expectativa é que o IPCA termine o ano em 4,59%, frustrando a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que fixou uma meta de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A disparada dos preços de itens essenciais como carne e café reflete as dificuldades enfrentadas por muitas famílias brasileiras, agravando ainda mais a crise do poder de compra.