IML do Distrito Federal sofre com falta de servidores

No último sábado (15), seis funerárias e cinco famílias aguardaram por cerca de três horas pela liberação de 15 corpos

O Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil do Distrito Federal está enfrentando uma séria crise devido à escassez de servidores públicos, o que tem causado transtornos para a população de Brasília. A falta de pessoal tem gerado atrasos e longas filas na sede do Instituto.

No último sábado (15), seis funerárias e cinco famílias aguardaram por cerca de três horas pela liberação de 15 corpos no complexo da PCDF. No local, foi possível avistar uma fila de carros das empresas funerárias à espera de atendimento, formando um congestionamento.

A situação foi agravada pelo fato de os servidores de plantão precisarem deixar a unidade para realizar a remoção do corpo de uma mulher vítima de feminicídio na Cidade Estrutural, o que resultou no atraso da conclusão das necrópsias dos cadáveres que aguardavam liberação. Isso porque as remoções de corpos não podem ser adiadas, já que as alterações nos locais onde os corpos são encontrados comprometem os exames periciais. Dessa forma, apenas os corpos de pessoas falecidas em hospitais podem esperar.

No entanto, o IML tem tido dificuldade de manter os trabalhos realizados em tempo hábil, a ponto de evitar o acúmulo de demandas. Isso porque os funcionários estão sobrecarregados, especialmente nos períodos noturnos e nos finais de semana, devido à falta de pessoal. Atualmente, o IML conta com 87 servidores, embora haja 150 cargos disponíveis. Desde o último concurso público em 2012, muitos profissionais se aposentaram, mudaram para outras carreiras ou faleceram.

Em 2019, iniciaram-se discussões para um novo concurso público, mas o processo foi interrompido pela pandemia de Covid-19 e ainda aguarda liberação de verbas pela Secretaria de Economia do Distrito Federal (Seec-DF).

Em consequência, existe o risco de que a situação no órgão retorne ao que era relatado em meados de 2010, quando famílias enfrentavam atrasos médios de oito horas para a liberação dos corpos de seus entes queridos. Na época, os servidores também enfrentavam plantões com equipes reduzidas, o que gerou uma mobilização por reajustes salariais e reestruturação na carreira.

Uma das propostas para mitigar os problemas imediatos é a implementação do Serviço Voluntário Gratificado (SVG) no IML, modelo já adotado por outras instituições do Distrito Federal, como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. O serviço poderia integrar temporariamente profissionais extras para ajudar a suprir a demanda até a realização de um novo concurso público.

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