IML divulga causa das mortes no acidente da Voepass em Vinhedo

Aeronave atingiu o solo de “barriga”, causando um politraumatismo generalizado

O Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo concluiu que as vítimas do acidente com o avião da Voepass, ocorrido em Vinhedo, interior paulista, na sexta-feira, 9 de agosto, faleceram em decorrência de politraumatismo. O trágico acidente resultou na morte de 62 pessoas, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes.

O impacto ocorreu após a aeronave cair de uma altura de mais de 4 mil metros em apenas um minuto. Segundo o laudo do IML, a aeronave atingiu o solo de “barriga”, causando um politraumatismo generalizado. “Após o impacto, a aeronave explodiu e pegou fogo. Todos os passageiros, localizados principalmente na parte traseira do avião, sofreram politraumatismo e morreram instantaneamente,” explicou Reis.

O incêndio começou somente após a aeronave atingir o chão, e não durante a queda. O fogo resultou em queimaduras em alguns corpos, mas a carbonização completa ocorreu apenas parcialmente e foi secundária ao politraumatismo. Ele garantiu que os corpos serão liberados às famílias somente após uma confirmação absoluta da identificação, um processo que pode levar mais tempo devido à sua minuciosidade.

Os corpos foram necropsiados no domingo (11) e continuam sob a análise das equipes especializadas. Foram realizados exames radiológicos, principalmente da cavidade bucal, para comparação com registros odontológicos anteriores das vítimas. Além disso, amostras biológicas foram coletadas para exames de DNA, visando melhorar a identificação das vítimas.

O IML de São Paulo está dedicado exclusivamente à identificação dos corpos, e ainda não há um prazo definido para a conclusão desse processo. De acordo com um boletim do governo de São Paulo divulgado na manhã desta terça-feira, 35 corpos foram identificados e 17 já foram liberados para os familiares, que são os primeiros a serem informados sobre o progresso do reconhecimento. Outros 18 corpos estão em processo de liberação, aguardando documentação complementar.

Mais de 50 familiares foram recebidos no Instituto Oscar Freire, próximo ao IML, onde especialistas colheram informações detalhadas sobre as vítimas, como histórico de fraturas, tatuagens, próteses, e amostras de DNA. Até a noite de segunda-feira, amostras de DNA foram coletadas de 28 famílias em São Paulo e 17 em Cascavel, com famílias residentes no Ceará também agendando coletas de material biológico junto à Polícia Científica local.

A Polícia Civil de São Paulo, por meio da Delegacia de Vinhedo, instaurou um inquérito para investigar o acidente, em paralelo com as investigações conduzidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O local do acidente permanece preservado para futuras perícias.

As condições climáticas estão sendo consideradas uma das principais hipóteses para a queda do avião, que é o acidente aéreo com o maior número de vítimas no Brasil desde 2007. Imagens do acidente mostram a aeronave girando verticalmente, uma manobra conhecida como “parafuso chato”, o que sugere que a perda de sustentação, ou “estol”, pode ter sido a causa do acidente.

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