“Em São Paulo, há uma desconfiança de que tudo foi organizado, pois os focos aconteceram praticamente no mesmo horário”, afirmou o diretor do órgão
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, informou que pediu à Polícia Federal que investigue os focos de incêndio que estão devastando várias regiões do país. De acordo com Agostinho, a grande maioria dos incêndios, com raras exceções, é de origem criminosa. Em São Paulo, há ainda mais evidências da origem criminosa.
Antes de seguir para a sede do Ibama em Brasília, onde acompanha a situação do gabinete, Agostinho mencionou que no Brasil não há casos de incêndios espontâneos, e os acidentes, como a queda de um cabo de alta tensão ou um caminhão incendiado, são extremamente raros.
“Em São Paulo, há uma desconfiança de que tudo foi organizado, pois os focos aconteceram praticamente no mesmo horário”, afirmou o presidente do Ibama.
De acordo com a Polícia Federal, será aberto um inquérito para investigar a série de incêndios que estão ocorrendo no país. Agostinho se reuniu no início da tarde de domingo (25) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Ibama. Tanto Lula quanto Marina fizeram declarações a imprensa sobre a situação após a reunião com Agostinho.
De onde vem a fumaça que chegou ao DF
O diretor também explicou que a fumaça que cobre o céu do Distrito Federal e de Goiás é proveniente de outras regiões atingidas pelos incêndios, como a Amazônia, o Pantanal e São Paulo. Ele ressaltou que a seca prolongada na região Centro-Oeste, que já dura mais de 120 dias, tem contribuído para o aumento dos focos de incêndio.
Ele observou que as condições climáticas em geral não estão colaborando, com a umidade do ar extremamente baixa. Embora o desmatamento tenha diminuído significativamente, ainda há muitas áreas desmatadas ao longo da última década, e as pessoas continuam ateando fogo para mantê-las abertas. Agostinho também destacou que o governo está mobilizando um número recorde de brigadistas, com mais de 2 mil profissionais atuando em todo o país, incluindo 1.400 na Amazônia e 800 no Pantanal. Ele alertou que a crise atual é uma das mais graves, dificultando a recuperação de rios amazônicos, como o Madeira e o Tapajós, que já foram afetados pela seca do ano passado.