Haddad alegou que o déficit público nas contas do governo, acumulado desde o início da gestão, se deve ao reconhecimento de dívidas passadas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez críticas aos movimentos especulativos recentes no mercado financeiro brasileiro durante uma declaração nesta quarta-feira (26). Ele ressaltou a falta de fundamentos sólidos nas projeções do mercado e afirmou que os resultados econômicos atuais apontam para um desempenho histórico das contas públicas.
Após uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), Haddad anunciou que o relatório fiscal do primeiro semestre, a ser divulgado em 22 de julho, confirmará o melhor resultado fiscal dos últimos dez anos. Ele destacou que a inflação está controlada e em declínio, conforme indicado pelo IPCA-15 divulgado nesta quarta-feira (26), prevendo um índice abaixo de 4,5% para este ano.
“Só estamos vendo uma tendência de queda na inflação no Brasil. Não há motivos para preocupações quanto ao compromisso do Banco Central e do governo em alcançar as metas estabelecidas”, afirmou o ministro, lembrando a consistência na gestão das metas durante o mandato do presidente Lula.
Em relação ao déficit público, Haddad explicou que a maior parte do saldo negativo acumulado desde o início do governo se deve ao reconhecimento de dívidas passadas, como precatórios.
Sobre a especulação em torno da relação com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Haddad negou discordâncias e esclareceu que o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, participou recentemente de uma reunião para elucidar questões sobre a meta contínua de inflação. O encontro teve como um dos objetivos evitar interpretações equivocadas no mercado.
Por fim, o ministro abordou o adiamento do Plano Safra para 3 de julho, explicando que ajustes em uma linha específica de crédito foram necessários, sem impacto adicional no orçamento público.