O ministro não poupou críticas à oposição e ao que chamou de ataques organizados contra as instituições brasileiras
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou vincular o ex-presidente Jair Bolsonaro à disseminação de fake news sobre uma suposta taxação do Pix. A onda de desinformação começou após a Receita Federal implementar uma norma para monitorar transações financeiras na virada do ano.
“Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do deputado Nikolas Ferreira. O Duda Lima, marqueteiro do PL, produziu aquele vídeo. E eu penso que Bolsonaro tem uma bronca na Receita pelas questões conhecidas: rachadinhas, jóias e mais de cem imóveis comprados sem fonte de renda. Os Bolsonaro têm uma bronca da Receita pela compra de imóveis. Eles não escolheram a Receita por outra razão”, disparou Haddad.
Em resposta ao caos provocado pelos boatos, Haddad anunciou, na última quarta-feira (15), a revogação da norma que ampliava a fiscalização de transações financeiras, incluindo o Pix. Além disso, o governo editou uma medida provisória para proibir qualquer forma de tributação sobre transferências realizadas pelo sistema de pagamento instantâneo.
As ações foram uma tentativa de conter os rumores que inundaram as redes sociais e que chegaram a confundir usuários do Pix, enquanto criminosos aproveitavam o cenário de desinformação para aplicar golpes, como boletos falsificados.
Críticas ao bolsonarismo
O ministro não poupou críticas à oposição e ao que chamou de ataques organizados contra as instituições brasileiras. “Nunca vi, por parte da oposição, uma agressão tão grande ao Estado brasileiro. Construir um Estado digno da população não é simples, e quando você retrocede nisso, é muito grave. O que foi feito esta semana é uma coisa contra o país”, afirmou Haddad, demonstrando irritação com o impacto das fake news.
Haddad também mencionou diretamente um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que foi amplamente compartilhado, acumulando mais de 100 milhões de visualizações.
Na gravação, o parlamentar reconhecia que a norma não implicava diretamente em taxação, mas alimentava suspeitas sobre possíveis cobranças futuras, especialmente para trabalhadores informais de baixa renda, ao preencherem suas declarações de Imposto de Renda.
Essa abordagem, segundo o ministro, ampliou a onda de desinformação e prejudicou a credibilidade da Receita Federal.